Os transtornos de controle de impulso (TCI) são condições psiquiátricas que dificultam o gerenciamento de impulsos e desejos, resultando em comportamentos prejudiciais. Um estudo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP revela um aumento significativo do risco de comportamentos suicidas entre pessoas com esses distúrbios.
A pesquisa, que analisou 2.788 voluntários tratados entre 1998 e 2019, utilizou entrevistas psiquiátricas estruturadas e semiestruturadas para reunir informações relevantes sobre os pacientes. Métodos estatísticos foram aplicados para apontar fatores de risco e proteção associados tanto a tentativas de suicídio explícitas quanto aquelas encobertas, contribuindo para uma compreensão mais profunda da relação entre os comportamentos suicidas.
Os resultados indicaram que indivíduos com TCI têm uma predisposição maior a comportamentos suicidas, apresentando 3,5 vezes mais chances de tentativas de suicídio em comparação a pessoas sem esses distúrbios. Além disso, foi identificado que sintomas depressivos, hostilidade indireta e baixo autodirecionamento são fatores comuns entre os dois tipos de comportamento suicida. Já os fatores específicos para tentativas explícitas incluem gênero feminino, autotranscendência, autoagressão não suicida e histórico de internações psiquiátricas.
Os comportamentos suicidas encobertos se relacionaram a fatores como juventude, maior número de filhos, uso de tabaco, e transtorno explosivo intermitente. A pesquisa também destacou a participação religiosa como um fator protetor contra comportamentos suicidas encobertos.
Os achados do estudo enfatizam a importância de uma avaliação abrangente dos comportamentos suicidas, levando em consideração tanto as tentativas explícitas quanto as encobertas. O foco deve ser não apenas em intervenções imediatas, mas também na identificação de fatores de risco individuais e sociais que podem aumentar a vulnerabilidade dessas populações.
O suicídio é um problema de saúde pública significativo, com a OMS reportando aproximadamente 700 mil mortes anuais a nível global, sendo 15 mil delas no Brasil em 2021. A conscientização e a intervenção precoce são cruciais para enfrentar essa questão alarmante.
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