Um juiz federal rejeitou nesta segunda-feira um recurso para revogar a proibição de acesso imposta pela Casa Branca a jornalistas, em uma decisão que levanta questões sobre a liberdade de imprensa nos Estados Unidos.
Os repórteres começaram a ser bloqueados do Salão Oval há duas semanas após a decisão da agência de notícias em continuar usando o nome Golfo do México, desafiando um decreto que alterou a nomenclatura para Golfo da América.
A agência moveu uma ação judicial contra três funcionários da Casa Branca, alegando que a restrição viola a Primeira Emenda da Constituição, que assegura a liberdade de imprensa e expressão. O juiz Trevor McFadden, indicado anteriormente, negou a solicitação de acesso imediato a eventos da Casa Branca, mas pediu que as partes apresentem argumentos por escrito e agendou uma audiência para o dia 20 de março.
A proibição se estende ao avião presidencial, onde agências de notícias costumam ter assento fixo.
Na coletiva de imprensa recente entre líderes internacionais, um repórter teve a oportunidade de fazer a primeira pergunta, destacando a persistência da presença da agência nos eventos. A ação judicial afirma: “A imprensa e todos os cidadãos americanos têm o direito de escolher suas próprias palavras sem sofrer retaliações do governo”, responsabilizando a chefe de gabinete da Casa Branca e outros funcionários.
Os advogados que representam os funcionários argumentam que a questão em debate não é sobre acesso à imprensa em geral, mas sim sobre a decisão do presidente em conceder acesso especial, uma escolha que não infringe direitos constitucionais. Eles ressaltaram que a maioria dos jornalistas não tem acesso rotineiro a locais como o Salão Oval ou o Air Force One.
No seu manual de estilo, a agência reafirma que o nome Golfo do México é tradicional e de uso por mais de 400 anos, indicando que continuará utilizando o nome original, mesmo reconhecendo a nova nomenclatura estabelecida. A agência também ressalta a importância de usar termos “facilmente reconhecíveis por todos os públicos”.