A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal avaliou que o nível atual das reservas internacionais do Brasil, que totalizam US$ 372 bilhões em setembro, é considerado adequado, mesmo diante da deterioração da economia. De acordo com a IFI, esses valores estão em um patamar equilibrado, não sendo excessivos nem insuficientes para mitigar os riscos externos a que o país está exposto.
Esses indicadores são cruciais para a análise da situação econômica nacional, uma vez que não existe um padrão internacional uniforme para mensurar as reservas internacionais.
Conforme o Fundo Monetário Internacional (FMI), os principais critérios para avaliação incluem o balanço de pagamentos, a dívida externa, a variação da taxa de câmbio e a volatilidade dos fluxos de capital.
Com base nesses parâmetros, a atual reserva de moeda estrangeira do Brasil é suficiente para cobrir 12 meses de importações, possui uma capacidade 70% superior ao necessário para o pagamento da dívida externa de curto prazo e fica 10% abaixo do ideal para enfrentar a possível fuga de capitais, conforme apontado em um relatório do economista da IFI.
O FMI recomenda que as reservas internacionais representem entre 100% e 150% dos requisitos necessários, e atualmente o Brasil está posicionado em 140%. Em junho de 2019, esse percentual era de 159,6%.
Desde o início de 2007, o país atingiu 100%, enquanto os 150% foram ultrapassados no final de 2011. Esse período marcou o último aumento significativo nas reservas, que dificilmente alcançaram o patamar de 150% nos anos seguintes, conforme relatórios da IFI.
Ainda que tenha ocorrido uma diminuição nominal nas reservas entre 2019 e 2023, elas permanecem adequadas, considerando a retração do PIB, especialmente em função da pandemia de Covid-19.
A IFI também realizou uma comparação com seu estudo de 2017, evidenciando uma queda no estoque de reservas, mas um aumento nos indicadores que denotam um nível adequado. “Isso indica que, em 2024, as reservas internacionais estarão mais alinhadas ao seu nível ideal do que em 2017”, conclui o relatório.