Rio de Janeiro
Celebridades que ganharam notoriedade na infância, nos anos 1980 e 1990, compartilharam suas experiências sobre como a fama precoce impactou suas vidas. O cotidiano dessas estrelas mirins era marcado por compromissos em palcos e estúdios, muitas vezes trocando a infância por responsabilidades profissionais.
Patrick de Oliveira, 43, conhecido por seu cabelo estiloso na época, começou sua carreira aos sete anos em um comercial e rapidamente se destacou à frente do programa Cometa Alegria. Ele também participou de novelas e fez dublagens, como em “O Rei Leão”. Embora tenha trabalhado intenso, defende que nunca sentiu que perdeu a infância, pois sempre se divertiu nos estúdios.
Eduardo Caldas, 40, que se destacou como ator infantil, se lembrou da pressão que a fama trouxe. Ele ficou conhecido por seu papel em “Felicidade” e, embora tenha desfrutado do sucesso, reconheceu os desafios, como a exclusão social sentida por suas experiências em festas e na praia. Recentemente, ele dirigiu um projeto documental abordando as implicações da fama infantil, entrevistando mais de 65 ex-atores mirins.
Flávia Monteiro, 52, famosa pelo filme “A Menina do Lado”, destacou a importância de equilibrar a vida profissional com a pessoal. Ela refletiu que, ao trabalhar tanto, muitas vezes perdeu momentos de lazer, o que se mostrou essencial para o desenvolvimento emocional dos jovens artistas.
O lado B da fama
Enquanto o carinho do público é um aspecto positivo do sucesso precoce, celebridades como Aline Menezes, 41, e Luciano Nassyn, 40, também notaram as perdas. Aline começou sua carreira aos cinco anos e, apesar de achar divertida a rotina de gravações, sente que perdeu a liberdade de brincar fora de casa. Luciano, por sua vez, garante que brincadeiras e estudos foram sempre incentivados pelo seus pais, mesmo com as responsabilidades que a fama trouxe.
Eduardo Caldas refletiu sobre as vantagens e desvantagens de crescer em meio a artistas renomados, reconhecendo os desafios que surgem com a notoriedade. Ele alertou sobre os potenciais efeitos negativos da fama na formação da identidade de uma criança e a necessidade de um forte apoio familiar para lidar com essas pressões.
O cantor Sérgio Hondjakoff, 40, também falou sobre as dificuldades que enfrentou, como sua luta contra a dependência de substâncias e a pressão de estar sempre em evidência. Ele ressaltou a importância de uma base familiar sólida para o bem-estar emocional de jovens artistas.
Planos para os filhos
Com muitos astros infantis se tornando pais, a questão sobre incentivar os filhos a seguir a mesma carreira é frequente. Hondjakoff apoiaria um interesse natural de seu filho pela arte, enquanto Caldas e Nassyn preferem que seus filhos priorizem os estudos e não entrem no mundo da fama prematuramente.
E eles cresceram
A maioria dos ex-atores mirins concentra-se no presente. Luciano Nassyn mantém a carreira musical e se dedica a terapias holísticas. Patrick de Oliveira agora gerencia carreiras de atletas, enquanto Flávia Monteiro continua sua trajetória no cinema e teatro. Eduardo Caldas anunciou um novo projeto, “Atormentados”, que revelará as razões que o levaram a se afastar da fama aos 14 anos, projetando um olhar voltado para o futuro.