Qual é o tempo médio até a primeira briga em um relacionamento? Um mês? Quatro meses? Um ano? Independentemente do prazo, é inevitável que uma discussão aconteça. O que realmente importa é a habilidade do casal em resolver conflitos e reparar a relação.
Embora não considere que sou alguém que briga frequentemente, quando me irrito, costumo adotar uma postura de “silêncio raivoso”, interrompendo a comunicação com meu parceiro. Conversando com especialistas, descobri que esse comportamento é conhecido como birra.
A birra é um sinal claro de má comunicação, onde a retirada de afeto é utilizada como ferramenta para expressar descontentamento. Em vez de permanecer em silêncio, é crucial comunicar nossos sentimentos. Compreender o que torna os conflitos prejudiciais e como torná-los construtivos é essencial.
Características de uma discussão negativa incluem:
Raiva
Quando uma atitude do parceiro causa desconforto, a frustração surge. Um simples ato, como não avisar sobre um compromisso ou deixar algo inacabado, pode desencadear essa raiva.
Acusação
A raiva muitas vezes resulta em acusações que, na prática, se transformam em julgamentos sobre a personalidade do parceiro: “Você é egoísta, desorganizado” e outras afirmações negativas.
Fúria mútua
A resposta a essas acusações é frequentemente mais raiva, criando um ciclo vicioso onde cada um aponta os defeitos do outro, perpetuando a animosidade.
Para reverter uma discussão negativa, existem algumas abordagens:
Compartilhar o medo subjacente à raiva
Discussões muitas vezes se concentram em questões superficiais, mas a raiz do problema está ligada ao medo da falta de amor. É importante substituir as acusações por explicações claras sobre os medos que nos afligem. Um exemplo seria: “Sua desorganização me faz sentir insegura sobre nosso futuro juntos”.
Explicitar o porquê do medo
Compartilhar experiências pessoais que revelam a origem de medos pode transformar uma reclamação em um apelo emocional. Por exemplo: “Tenho receios de que nossa dinâmica seja parecida com a que vivi na infância, onde havia muitas brigas por tarefas não cumpridas”.
Pedir desculpas mútua e honestamente
Após essa troca de vulnerabilidades, ambos devem expressar seus próprios medos e a razão por trás deles. Esse processo cria um espaço para que ambos entendam que suas reações são intensificadas por experiências passadas.
Ao longo dessa jornada, é fundamental reconhecer que ambos têm perspectivas distorcidas e que é natural discordar. Se os casais seguirem esses princípios, mesmo que as discussões ainda ocorram, o amor terá chances de florescer e se aprofundar à medida que cada um compreende melhor as vulnerabilidades do outro.
Hora de reflexão
Uma sugestão para enriquecer a comunicação no relacionamento é fazer perguntas mais profundas e investigativas. Durante um momento a dois, como um jantar, que tal revezar-se em completar frases como:
- “Eu provavelmente seria mais equilibrado se a seguinte situação não tivesse ocorrido na minha infância…”
- “Acredito que sou difícil de lidar porque…”
- “Gostaria de ser perdoado por…”
- “Eu gostaria que você reconhecesse que me machucou em…”
Se você está solteiro, faça o exercício com você mesmo.