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Aliados do presidente Lula estão otimistas quanto à melhoria das relações internas no PT após sua intervenção direta. Lula expressou descontentamento com os desdobramentos de uma reunião recente realizada na casa da ministra das Relações Institucionais, em que dirigentes da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) discutiram questões cruciais do partido.
Conforme apurado, integrantes da corrente predominante do PT alertaram Lula sobre a resistência a Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, como candidato à liderança do partido. Foi informado a ele que, apesar de seu apoio, a candidatura de Edinho enfrentaria dificuldades na votação atual.
Em resposta, Lula desafiou os membros presentes a sugerir alternativas viáveis para a liderança. Nomes como o senador Humberto Costa, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, o deputado Rui Falcão e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, foram mencionados como possíveis candidatos.
Embora um participante tenha sugerido o ex-ministro José Dirceu, Lula rejeitou a ideia, argumentando que Dirceu deve focar em sua candidatura à Câmara dos Deputados em 2026.
A reunião não estava agendada oficialmente e Lula pediu que sua participação fosse mantida em sigilo, a ponto de proibir o uso de celulares pelos participantes.
Após vazamentos sobre a conversa, Lula expressou descontentamento e descreveu a reunião como uma armadilha, queixando-se diretamente a Okamoto. Apesar das críticas, Lula reiterou sua preferência por Edinho para a liderança do PT, pois não foram apresentados outros nomes viáveis.
Apoiadores de Edinho realizaram uma reação, com o ex-coordenador da CNB, Francisco Rocha, emitindo uma nota de protesto. Rocha recebeu apoio de figuras como Dirceu e o deputado estadual Emídio de Souza.
Edinho se disse indignado e, em uma reunião com vereadores do PT, elogiou a participação de Lula na iniciativa de manter a unidade do partido, mas criticou o vazamento da reunião para a imprensa como um instrumento de conflito interno.
A CNB emitiu uma nota esclarecendo que o objetivo do convite ao presidente era discutir a indicação de um sucessor interino para Gleisi. A nota destacou que foi dada ênfase à necessidade de uma liderança que preserve a unidade do partido em defesa do governo atual.
No mesmo dia, Gleisi se reuniu com Edinho no Palácio do Planalto, promovendo um tom conciliador. Edinho se comprometeu a levar seus apoiadores para dialogar na CNB. O senador Humberto Costa, interino na presidência do PT, será responsável pela organização desses encontros.
Apoios à candidatura de Edinho afirmam que a reunião foi um marco importante antes da posse de Gleisi na Secretaria de Relações Institucionais. Com sua nova posição, espera-se que ela não contrarie Lula. Além disso, espera-se que José Guimarães, um dos participantes da reunião, mantenha alinhamento com o presidente.
Enquanto a CNB não chega a um consenso, outras facções do partido já estão discutindo o lançamento de seus próprios candidatos. Rui Falcão, ex-presidente do PT, começou a reunir apoiadores após a publicação de uma carta no site do partido, reconhecida como uma base para sua candidatura, apesar de ainda não ter se declarado oficialmente. Falcão elogiou o trabalho de Gleisi e afirmou que “novos desafios estão à vista”.