Um dos destaques do evento foi a apresentação das novas diretrizes de hipertensão, que estabelecem novos critérios para o diagnóstico e tratamento da pressão alta.
O novo consenso entre especialistas simplifica alguns conceitos, introduz uma nova categorização dos pacientes e recomenda um tratamento mais rigoroso já nas fases iniciais da hipertensão.
As novas diretrizes europeias agora classificam a pressão arterial da seguinte forma:
- Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg).
- Pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg.
- Hipertensão arterial: maior que 140 por 90 mmHg.
Essas classificações são baseadas na medição da pressão realizada por um profissional de saúde.
Anteriormente, os cardiologistas utilizavam seis categorias para classificar a pressão arterial, desde “ótimo” até “hipertensão estágio 3”.
Conforme mencionado pelos especialistas, a simplificação dos termos e a introdução da nova categoria de “pressão arterial elevada” visam intensificar o tratamento precoce, especialmente em indivíduos com risco elevado de doenças cardiovasculares.
Os especialistas enfatizam que a nova categorização reconhece que a transição de uma pressão arterial normal para a hipertensão não ocorre de maneira abrupta, mas de forma gradual.
Além disso, os novos critérios impactam diretamente os tratamentos e cuidados de estilo de vida a serem adotados.
Desafios da Hipertensão
A hipertensão continua sendo o principal fator de risco para infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
“As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil”, alerta um especialista. “A cada 90 segundos, uma pessoa morre em decorrência de problemas cardíacos.”
A hipertensão está relacionada a diversas complicações de saúde, incluindo insuficiência cardíaca e renal, cegueira e demência.
Cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo convivem com a hipertensão, mas a maioria não está ciente de sua condição. Aqueles que sabem da hipertensão frequentemente não recebem tratamento adequado.
As diretrizes europeias visam aumentar a conscientização sobre os riscos associados à hipertensão, que pode começar em níveis considerados normais.
O Brasil já se prepara para atualizar suas diretrizes de hipertensão, alinhando-se às recomendações europeias.
Estratificação de Risco
Na prática, as novas diretrizes definem que aqueles com pressão arterial não elevada podem manter suas rotinas normais.
Pacientes hipertensos devem iniciar o tratamento medicamentoso, além de adotar mudanças no estilo de vida para reduzir riscos.
Indivíduos na categoria de “pressão elevada” devem passar por uma avaliação de risco cardíaco, considerando a probabilidade de eventos sérios, como infartos.
Mudanças no Estilo de Vida
Manter um peso saudável, praticar atividades físicas regulares e seguir uma dieta equilibrada são essenciais para controlar a pressão. As novas diretrizes também incentivam o aumento do consumo de potássio e a prática de exercícios resistidos.
Intensificação do Tratamento
As novas recomendações europeias sugerem que o tratamento da hipertensão inicie com a combinação de dois medicamentos diferentes, evitando a chamada inércia terapêutica, onde os médicos hesitam em mudar a abordagem de tratamento.
Essa abordagem pode aumentar significativamente as taxas de controle da hipertensão e, consequentemente, melhorar a saúde cardiovascular.
Acompanhamento e Diagnóstico
A medição da pressão arterial deve ser parte da rotina de saúde a partir dos três anos de idade, com exames regulares ao longo da vida.
A nova diretriz também recomenda métodos alternativos de monitoramento, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, para evitar diagnósticos imprecisos.
Com um diagnóstico adequado, é possível implementar tratamentos eficazes que podem impactar positivamente a saúde a longo prazo.