A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, respondeu nesta quarta-feira (4) às críticas sobre a demora na conclusão das obras da BR-319, uma rodovia que atravessa a Amazônia, ligando Porto Velho a Manaus em um percurso de aproximadamente 600 km.
“Existem empreendimentos em que, mesmo aqueles que desejavam um avanço rápido, não conseguiram. Este é o caso da BR-319. Durante 15 anos, não ocupei nenhum cargo público; era a professora Marina. Por que a estrada não foi feita? Porque não é uma tarefa simples. Mas o caminho mais fácil encontrado foi atribuir a responsabilidade à ministra Marina”, declarou.
A ministra participou de uma audiência pública no Senado sobre a grave seca e os incêndios que têm afetado o Brasil. Durante o evento, os parlamentares aproveitaram para questionar a entrega da rodovia.
“Não tem problema. Agradeço imensamente a Deus por estar eu e minha equipe no Ministério do Meio Ambiente”, afirmou.
Recentemente, em julho, a Justiça Federal suspendeu a licença prévia concedida pelo governo anterior para a recuperação do trecho intermediário da BR-319, após um pedido da ONG Observatório do Clima.
A estrada é objeto de controvérsia há anos, com movimentos sociais ressaltando a necessidade de proteger 98 áreas preservadas e 160 km² de floresta pública não designada, além dos direitos dos povos indígenas e representantes extrativistas.
As comunidades indígenas da região afirmam que não foram consultadas sobre o projeto e a licença, além de que não foram realizados estudos de impacto ambiental, desconsiderando o potencial aumento do desmatamento decorrente da obra.
A BR-319 foi uma das prioridades da administração anterior e continua sendo uma questão relevante no governo atual, que já avançou em estudos no Ministério dos Transportes para sua execução.