Um dos momentos da cerimônia de abertura dos Jogos de Paris-2024, realizada na sexta-feira (26), gerou intensa polêmica nas redes sociais ao apresentar artistas drag queens recriando a famosa obra “Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci. A representação ilustra a última refeição de Jesus com seus apóstolos antes da crucificação.
A encenação provocou reações negativas de perfis cristãos e conservadores, incluindo políticos, que rotularam a releitura como “heresia e um ataque à memória cristã”. As expressões “Cristianismo” e “blasfêmia” rapidamente ganharam destaque nas discussões online. Em contrapartida, usuários progressistas elogiaram o aspecto inclusivo da cerimônia, destacando a ousadia da apresentação.
Entre os críticos, o senador Flávio Bolsonaro afirmou: “Com Deus não se brinca”, contextualizando sua indignação com um trecho da bíblia e lembrando um evento polêmico do Carnaval de 2019. Já o deputado federal Nikolas Ferreira declarou que “as Olimpíadas começaram fazendo uma zombaria demoníaca da fé cristã.”
Organizações e movimentos de direita também manifestaram descontentamento. Um perfil notável criticou a “Santa Ceia recriada com LGBTs”, alegando a presença inadequada de uma criança na cena.
A controvérsia se estendeu a figuras políticas da França, como a deputada Marion Maréchal, que afirmou que os cristãos ofendidos não representam a França, mas sim uma minoria de esquerda pronta para provocar. O termo “woke” também entrou nos trending topics, enquanto internautas descreveram a cena como “satanismo”.
Em uma resposta mais contida, usuários à esquerda exaltaram a presença e a contribuição dos artistas LGBT, enfatizando a importância da diversidade nos Jogos de Paris. Um usuário argumentou que a obra de Da Vinci é parte do imaginário da cultura pop e que as ofensas refletem homofobia: “Quem se ofendeu é só porque é homofóbico mesmo”.