O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou que “o combate ao crime não pode justificar erros policiais” em resposta a recentes episódios de violência policial no estado, alguns dos quais capturados em vídeo. Sua afirmação ocorreu durante o programa Canal Livre, no domingo (15).
A administração paulista enfrenta críticas crescentes na área de segurança pública, com uma série de denúncias de violência perpetrada por policiais, incluindo casos de mortes e agressões documentados por câmeras corporais e de monitoramento, bem como por testemunhas.
Nos últimos dias, ao menos dois policiais militares foram presos, um deles acusado de matar um homem com 11 tiros nas costas enquanto fora de serviço, e outro por jogar um homem de uma ponte. Além disso, policiais foram afastados após agredirem uma idosa e, há três semanas, um estudante de medicina foi morto dentro de um hotel por um policial. Recentemente, um menino de quatro anos foi fatalmente baleado durante uma operação da PM em Santos.
Durante o programa, Tarcísio reconheceu a deficiência na formulação de políticas públicas na segurança, avaliando que essa questão não é exclusiva de São Paulo, mas abrangente. Ele destacou que, enquanto as políticas nas áreas de educação e saúde são mais bem definidas, a segurança frequentemente se restringe a discussões sobre a atuação policial.
“Estamos gastando muita energia no combate ao crime organizado, o que é necessário, mas o que realmente preocupa o cidadão é o assalto. O cidadão quer segurança contra a criminalidade”, enfatizou.
Tarcísio mencionou que está implementando “correções de rota” na segurança pública, incluindo a prática de reunir-se com a Polícia Militar mensalmente para discutir os dados criminais e entender as questões específicas de cada área.
O governador também afirmou que os indicadores criminais serão utilizados para responsabilizar a Polícia Civil em sua atuação na resolução de crimes.
Sobre os recentementes episódios de violência policial retratados em vídeos, Tarcísio expressou veemente repúdio e garantiu que sua administração está conduzindo os envolvidos à corregedoria. “Essa não é a imagem que queremos ver. Isso não representa a Polícia Militar de São Paulo”, assegurou.
No início de dezembro, Tarcísio admitiu ter cometido um erro ao criticar o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar enquanto era candidato. Ele reafirmou seu compromisso em garantir que os novos equipamentos, adquiridos pelo governo, sejam eficazes em prevenir abusos policiais. “Com dois anos de mandato e após observar o que está acontecendo nas ruas, mudei completamente de opinião. As câmeras são um instrumento que beneficia tanto os policiais quanto a sociedade”, concluiu.