BRASÍLIA, DF – O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi eleito com o terceiro maior número de votos da história e prometeu promover a pacificação e a construção de diálogo político. Alcolumbre deixou claro que, ao lidar entre o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro, priorizará os interesses do Congresso. Essa declaração gerou desconfiança entre membros do governo Lula, já que Alcolumbre volta à presidência alinhado ao apoio de Bolsonaro e com planos de reeleição em 2027.
Para consolidar seu apoio interno, Alcolumbre se propôs a atender às demandas da oposição, permitindo a crítica ao governo em um ano crucial para a eleição presidencial vindoura. Um senador próximo ao novo presidente afirmou que Alcolumbre pretende dialogar diretamente com Lula, sem intermediários, o que implicará que o sucesso do governo no Congresso dependerá da comunicação entre os dois.
Após sua vitória no último sábado (1º), Alcolumbre reafirmou: “Nenhum senador ou senadora tem a autoridade de atrapalhar a agenda do governo. O governo terá sua agenda totalmente respeitada.” Essa postura foi bem recebida pelo governo, embora se reconheça que Alcolumbre possui suas próprias ambições e interesses relacionados ao poder político, incluindo a indicação de ministros e ocupantes de cargos em diversas escalas.
A destreza política de Alcolumbre é evidente, construída não apenas por sua atuação como um negociador eficaz, mas também pela distribuição significativa de recursos do orçamento, um tema que se tornou um ponto de tensão entre o Congresso e o STF. Durante sua presidência anterior, entre 2019 e 2021, ele facilitou um sistema de distribuição amplamente utilizado por parlamentares, o que atualmente suscita uma discussão acalorada sobre sua legalidade.
As declarações de Alcolumbre logo após sua eleição reforçaram seu apoio à manutenção do controle orçamento pelo Congresso, indicando que a administração não deve esperar concessões do Senado se não houver compromissos claros relacionados a recursos financeiros.
Outro aspecto relevante na dinâmica política é a relação de Alcolumbre com a oposição. Embora se beba da amizade entre o senador e o STF para limitar anistias e evitar rupturas, as redes de poder e seu perfil não podem ser ignorados. Observa-se uma crescente expectativa de que o novo presidente do Senado buscará um mandato mais moderado, visando não apenas o equilíbrio, mas também a resolução de conflitos de interesse dentro da Casa.
Alcolumbre mostrou que se compromete a endereçar as preocupações sobre a perda de poder do Senado em relação à Câmara, ao prometer diálogo com líderes para discutir o procedimento de tramitação das medidas provisórias, atualmente suspenso. Seu estilo mais informal e expansivo deve facilitar o cumprimento de acordos e a interação com colegas, com a promessa de um Senado mais atuante e respeitado.