Em um discurso impactante de quase 40 minutos, o Secretário Nacional de Segurança Pública abordou as novas políticas que o governo planeja implementar para combater a criminalidade organizada, especialmente em São Paulo. Durante o evento realizado na capital paulista, foram destacadas as diretrizes que visam enfrentar a crescente violência no país.
Embora não tenha feito menções diretas, o secretário fez críticas implícitas às atuais estratégias de segurança, particularmente em relação a propostas como o fim das saídas temporárias de presos e as operações policiais em áreas de alta criminalidade. Ele discutiu a necessidade de um debate sério e abrangente sobre segurança pública, que não se limite apenas ao aumento de penas e à penalização de infratores.
“Se o aumento de pena fosse a solução para os problemas de segurança pública no Brasil, já teríamos resolvido. É hora de ir além das medidas simplistas e construir um plano que enfrente as raízes do problema”, afirmou durante sua fala.
O discurso também abordou as operações de segurança que, embora tenham gerado altos índices de letalidade, têm recebido apoio significativo da população. No entanto, o secretário enfatizou a urgência de incluir ações pós-operação que garantam a presença do Estado em comunidades afetadas pela criminalidade. “Não basta a ação policial; é necessária uma abordagem que promova educação, serviços sociais e oportunidades econômicas”, destacou.
O Secretário Nacional de Segurança também mencionou que o governo federal planeja um projeto piloto para fortalecer a segurança no Nordeste, ressaltando a necessidade de planejamento e continuidade nas ações de segurança. Durante o evento, foi criado um comitê especial de segurança da Ordem dos Advogados, em resposta a preocupações sobre retrocessos na política de segurança pública.
O presidente da comissão alertou sobre os desafios legislativos enfrentados no contexto atual e a importância de um diálogo constante para garantir que as políticas de segurança sejam justas e eficazes. “Estamos em um período democrático, e é crucial que a OAB participe deste debate de forma ativa”, afirmou.
O coronel Carlos Sanches, que representou o governo no evento, também falou sobre a importância de um esforço conjunto no combate à criminalidade. “Precisamos nos unir e trabalhar juntos para enfrentar esse desafio, que é um campeonato sem fim”, concluiu.