Rita Lee revela a fragilidade do estrelato em seu novo livro póstumo, “O Mito do Mito”, recentemente lançado. A obra, que foi escrita ao longo de mais de uma década, combina autobiografia e ficção, trazendo à tona o estilo irreverente da icônica artista.
Ambientada em um consultório de terapia, a narrativa explora questões existenciais profundas, incluindo medos, conquistas e a relação com a fama. Rita oferece uma visão única sobre o show business, expondo hipocrisias enquanto revisita sua convivência com admiradores e a notoriedade que conquistou.
Com meio século de carreira, a artista se sentia, muitas vezes, como uma atriz desempenhando o papel de cantora. Em suas reflexões, ela menciona o desconforto que acompanha a idolatria, observando que cada realização profissional trazia o medo de ser esquecida. “Para ser eternamente famoso, o ideal é morrer jovem”, diz ela, enfatizando a pressão constante para manter a relevância.
Rita também compartilha suas paixões por ícones como James Dean e David Bowie, enquanto revela suas inseguranças sobre o futuro, incluindo o temor de envelhecer em um lar para artistas em dificuldades financeiras. A relação conturbada com gravadoras e empresários moldou sua trajetória, mas a artista sempre se negou a se submeter às convenções do mercado.
Com um espírito rebelde, Rita Lee se consolidou como a rainha do rock e ícone da contracultura, desafiando a autoridade masculina em uma época em que mulheres eram ensinadas a não questionar. Ela se manteve fiel a essa rebeldia, mantendo seu humor afiado ao criticar a atual geração de políticos.
Em seu livro, Rita reflete sobre a relação entre artistas e fãs, destacando que ambas as partes compartilham prazeres equivalentes. A satisfação de descobrir novos talentos e a sensação de ter impactado a vida de alguém são temas centrais em sua narrativa. Em meio à cultura das celebridades digitais, a artista aconselha: “Exija prova de que o talento ultrapassa os 15 minutos de fama, agora reduzidos a cinco”.