O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou nesta quinta-feira, 27, que a tradicional relação com os Estados Unidos, fundamentada na integração econômica e na colaboração em segurança e assuntos militares, chegou ao seu término. Em coletiva de imprensa, Carney declarou que os EUA se tornaram parceiros “claramente” não confiáveis após a imposição de tarifas “injustificadas” pelo presidente americano.
“Nossa resposta às tarifas será a retaliação. Impondremos medidas de grande impacto aos EUA e de baixo impacto ao Canadá. Não existe solução fácil para as tarifas, e o caminho à frente será longo”, afirmou Carney.
O premiê planeja se reunir na sexta-feira com membros do gabinete para desenvolver uma resposta conjunta às tarifas que os EUA devem implementar em 2 de abril. “Nada está fora da mesa”, assegurou.
Carney também revelou que o presidente dos EUA entrou em contato na quarta-feira à noite para agendar uma conversa, prometendo falar com o líder republicano em breve.
Segundo o primeiro-ministro, as discussões sobre tarifas têm o potencial de restaurar parcialmente a confiança entre os países. “Haverá um momento para uma ampla renegociação dos acordos comerciais e de segurança”, disse.
A resposta canadense às tarifas será anunciada na próxima semana, com base nas ações do governo americano em 2 de abril. Carney prometeu responder “a cada tarifa que os EUA impuserem sobre nós” e mencionou que alguns ministros podem viajar a Washington para novas discussões.
Além disso, o primeiro-ministro enfatizou a importância de reduzir “drasticamente” a dependência do Canadá em relação aos EUA. “Vamos fortalecer o setor automotivo canadense e outros setores. Queremos criar uma indústria automobilística robusta no nosso país que possa sobreviver, mesmo com as tarifas americanas”, destacou.
Carney concluiu: “Vamos construir um futuro independente para o Canadá.”