No último filme “Batman”, o personagem Pinguim, interpretado por Colin Farrell, teve uma breve aparição de apenas dez minutos, mas sua performance impressionante deixou uma marca indelével. O ator transformou o vilão de um personagem caricatural para um mafioso intrigante, com um estilo extravagante e um visual impactante.
O sucesso do Pinguim nas telonas resultou em uma nova oportunidade para Farrell: a série “Pinguim”, que estreia nesta quinta-feira (19), explora a trajetória do personagem logo após os eventos do filme estrelado por Robert Pattinson. Oswald Cobblepot, o verdadeiro nome do Pinguim, agora ganha destaque em uma narrativa que retrata sua ascensão ao poder no submundo do crime em Gotham City.
A narrativa da série promete uma dose pesada de caos e conflito, introduzindo esses elementos já nos primeiros momentos do episódio inaugural. A trama se desenrola apenas dias após o clímax do filme de 2022, com o assassinato quase acidental do novo líder da máfia, que enfrenta sua morte trágica logo após assumir o trono deixado por seu pai.
Esse evento fatídico é explorado pelo Pinguim, que manipula a situação em seu favor. Ao longo de oito episódios, ele instiga uma guerra entre as principais famílias criminosas de Gotham, os Falcone e os Maroni, como parte de sua estratégia para fortalecer sua posição no crime. Essas facções tornam-se peças de um jogo de xadrez sob o controle ambicioso de um vilão que sonha em dominar a cidade.
A série é uma criação de Lauren LeFranc, que a idealizou como um estudo aprofundado do personagem, desenvolvendo a história muito antes do lançamento de “Batman” nos cinemas. LeFranc enfatiza que quis mostrar Oswald como um personagem de origem humilde, em contraste com os quadrinhos, onde ele é retratado como alguém nascido em berço de ouro. “A trajetória de alguém que começa como ninguém e busca ascender socialmente é muito mais interessante,” explica.
A narrativa explora a vida do Pinguim, que transita entre as elites do crime e as classes mais baixas de Gotham. Sua jornada é marcada pela sua maneira peculiar de andar, resultado de uma condição física, e pela habilidade de se comunicar e manipular as situações ao seu redor.
LeFranc acrescenta que o Pinguim oferece à série uma identidade própria, distinta do filme que terá uma sequência planejada para 2026. “Eu queria capturar a energia e o dinamismo que representam Oswald como personagem, e a série explora Gotham de uma maneira que o Batman não faz,” comenta.
Um papel crucial na trama é desempenhado por Sofia Falcone, que busca seu lugar no poder e atua como antagonista de Oswald. Interpretada por Cristin Milioti, Sofia tem um passado tão conturbado quanto o Pinguim, recentemente libertada do Asilo Arkham, famosa por sua notoriedade como serial killer. Com a busca por vingança, seus objetivos se entrelaçam com os do protagonista.
Milioti descreve Sofia como uma personagem complexa, que reflete o impacto das feridas emocionais. “Pessoas machucadas machucam pessoas, e o mundo da série é moldado por essa dinâmica,” observa.
A conexão entre Oswald e Sofia é intencional, com LeFranc buscando criar uma antagonista que também possua similaridades com o protagonista, ambos lutando contra um sistema que os marginaliza. “Eles têm ambição e querem transformar suas circunstâncias em algo mais significativo,” conclui LeFranc.
Milioti complementa essa visão, afirmando que a série “Pinguim” se destaca como uma narrativa intensa que ressoa com a realidade atual, reminiscente das melhores histórias do Batman. “A série tem uma qualidade operística, com clímax dramáticos que os conectam intimamente à realidade dos personagens,” finaliza.