A Nasa anunciou o adiamento da missão Artemis 2, que agora está prevista para abril de 2026, em vez de setembro de 2025. Esse atraso significa que a exploração humana fora da órbita da Terra terá que esperar mais um pouco, já que a última vez que isso ocorreu foi em 1972. Entretanto, o foco no espaço lunar continuará a crescer, impulsionado pelas iniciativas de missões privadas.
Quatro espaçonaves robóticas de empresas americanas, parcialmente financiadas pela agência espacial, terão voos agendados para o próximo ano, com algumas já programadas para janeiro, como o pousador Blue Ghost, da Firefly Aerospace.
O segundo voo do módulo Nova-C, da Intuitive Machines, também está previsto para janeiro. Em 2024, o primeiro módulo dessa série concluiu uma alunissagem robótica, um momento histórico que sinaliza uma nova era onde agências espaciais podem contratar empresas privadas para levar suas cargas à superfície lunar a custos competitivos. Se a missão IM-2 for bem-sucedida, a Intuitive Machines planeja realizar um terceiro voo ainda em 2025.
A Astrobotic, que teve uma tentativa frustrada com seu módulo Peregrine no último ano, também tentará novamente com seu novo pousador Griffin. Todas essas missões lunares americanas utilizarão foguetes SpaceX, seja o Falcon 9 ou o mais potente Falcon Heavy.
Além disso, uma empresa japonesa, a ispace, se prepara para o segundo voo de seu pousador robótico Hakuto-R, previsto para janeiro. Após uma tentativa anterior que não teve sucesso, a ispace está determinada a realizar a missão M2, que também será lançada por um Falcon 9, demonstrando a influência contínua da SpaceX no mercado de lançamentos comerciais.
A NOVA COMPETIÇÃO
Enquanto SpaceX domina o cenário atual, a Blue Origin está se preparando para entrar no jogo com seu novo lançador, o New Glenn. Com capacidade competitiva em relação ao Falcon 9 e Falcon Heavy, esse foguete foi projetado para a reutilização desde o início e poderá ser um grande aliado em várias missões, incluindo a constelação de satélites Kuiper, que vai competir com a Starlink.
O New Glenn também será responsável pelo lançamento do Blue Moon Mk1, um módulo de pouso robótico à Lua, previsto para 2025 e desenvolvido a pedido da Nasa para a missão Artemis. A agência também conta com a SpaceX para o uso do Starship, o maior foguete do mundo, nas primeiras missões tripuladas à Lua, com a Artemis 3 programada para meados de 2027.
A rivalidade entre Elon Musk e Jeff Bezos está configurando um cenário em que o acesso à Lua pode se tornar mais rápido, abundante e econômico nos próximos anos, tanto para transporte de carga quanto para missões tripuladas.
O FUTURO DO STARSHIP
O foguete Starship, projetado para ser o mais potente da história, deve continuar sua série de testes em 2025.
Ano passado, foram quatro voos do Starship, e neste ano, é possível que o número aumente para mais de dez. Espera-se que o foguete alcance marcos importantes, como:
1) Retornar com sucesso o primeiro estágio, potencialmente permitindo uma reutilização;
2) Recuperar o segundo estágio, algo inédito até agora;
3) Iniciar operações orbitais para lançamentos de satélites, especialmente da constelação Starlink;
4) Demonstrar a capacidade de reabastecimento em órbita, uma etapa crucial para missões lunares futuras;
5) Se tudo correr bem, realizar uma alunissagem com o Starship, embora as metas sejam bastante ambiciosas.
Com essas iniciativas, haverá pelo menos cinco tentativas de alunissagem programadas para 2025, incluindo missões da Firefly, Intuitive Machines, Astrobotic, ispace e Blue Origin. A exploração espacial está entrando em uma nova era.
Contudo, vale ressaltar que esse esforço também apresenta riscos, e a Nasa financia parcialmente todas essas empresas, ciente de que a inovação e os custos reduzidos podem trazer desafios. Será interessante observar quantas dessas tentativas de pouso serão bem-sucedidas em 2025.
EXPLORAÇÃO ALÉM DA LUA
Após importantes lançamentos interplanetários em 2024, como as sondas Hera e Europa Clipper, 2025 não trará novas missões significativas para exploração além do espaço cislunar.
Entretanto, um evento marcante será o fim da missão Juno, atualmente em órbita de Júpiter, que deve encerrar suas operações em setembro de 2025, ao realizar um mergulho na atmosfera do planeta gasoso.
Embora a humanidade fique sem um satélite operando em Júpiter, novas sondas estão a caminho. A Juice, lançada em 2023, fará um sobrevoo em Vênus em agosto de 2025, e a Europa Clipper seguirá para o mesmo destino em breve, com previsão de chegada a Júpiter em 2030. Além disso, a sonda BepiColombo fará um sobrevoo de Mercúrio em janeiro de 2025, e a Lucy visitará seu primeiro alvo no cinturão de asteroides em abril.
Apesar do adiamento da Artemis 2, a exploração espacial promete muitas novas descobertas e avanços em 2025, mantendo a empolgação em alta para o futuro da astronomia.