O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou a necessidade de que a Vale chegue a um acordo de indenização pelos danos decorrentes do rompimento da barragem de Mariana (MG). Ele pediu ao novo presidente da empresa, Gustavo Pimenta, que demonstre sensibilidade e priorize a resolução dessa questão de forma ágil.
Pimenta foi nomeado após uma análise de 15 candidatos sugeridos por uma consultoria internacional, embora não estivesse na lista inicial. O processo também considerou um nome interno para a posição na companhia.
A escolha de Pimenta marcou o fim de um tumultuado processo de sucessão, que foi influenciado por pressões do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a indicação do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Silveira elogiou a transparência do processo seletivo, mas fez críticas à estrutura acionária da Vale, que possui capital diluído e carece de um acionista majoritário para conduzir suas decisões.
“Isso retarda ações essenciais para a sociedade. No caso da Vale, temos o acordo de Mariana para resolver, um desastre com impactos ambientais e sociais significativos, muitos deles irreparáveis,” afirmou Silveira na manhã desta quarta-feira (28).
Ele ressaltou que, apesar das divergências, o governo e seu ministério devem interagir com a companhia de forma construtiva.
“A Vale estava sem liderança; agora, com a posse do novo presidente, espero que, por ser mineiro, ele tenha a sensibilidade necessária para resolver essa questão” acrescentou.
Silveira destacou a importância da Vale no contexto brasileiro e a sua atuação global, enfatizando que o setor mineral, especialmente no que se refere aos minerais críticos, é fundamental para a transição energética—uma das prioridades para o desenvolvimento econômico nacional.
“A Vale é uma referência no setor mineral do Brasil e, portanto, tem obrigações sociais importantes para com a nação. Seremos firmes e rigorosos na defesa dos interesses do povo brasileiro em relação à mineração,” afirmou o ministro.
Ele também defendeu investimentos em processamento de minérios, como o ferro, no Brasil, argumentando que a escassez de gás natural resulta no envio desses materiais para serem processados em países como Omã ou México, apenas para voltar ao Brasil posteriormente.