Michelle Obama fez um discurso impactante em apoio a Kamala Harris durante a convenção democrata na noite de terça-feira. “Há algo maravilhosamente mágico no ar, não? Uma sensação familiar. Vocês sabem do que estou falando. É o poder contagioso da esperança”, declarou. “América, a esperança está voltando.”
Apesar da mensagem otimista, ela alertou que as próximas 11 semanas até a eleição serão desafiadoras, com ataques direcionados a Kamala e Tim Walz.
“Meu marido e eu conhecemos bem essa luta. Durante anos, Donald Trump fez o possível para incutir medo em nós. A visão limitada dele o fez sentir-se ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras, educadas e bem-sucedidas que, coincidentemente, eram negras”, enfatizou.
“Quem dirá a Trump que o trabalho que ele teme pode ser um desses ‘trabalhos negros’?”, acrescentou, referindo-se à sua crítica aos comentários de Trump sobre imigrantes. Michelle recebeu uma ovação entusiástica.
“Independente de como você se sinta esta noite, amanhã ou nos dias seguintes, a batalha será árdua. Não podemos ser nossos próprios piores inimigos, não podemos alimentar ansiedades sobre a capacidade deste país de eleger alguém como Kamala – ao contrário, devemos nos mobilizar para garantir que ela seja eleita”, destacou.
A ex-primeira-dama também fez questão de criticar Trump. “Não temos como cair para cima. Não temos a vantagem da riqueza geracional. Se falharmos em um negócio, não temos uma segunda ou terceira chance. Nos momentos difíceis, não podemos mentir ou enganar”, disse ela.
Michelle afirmou que Kamala representa as histórias do sonho americano. “Ninguém tem o monopólio do que significa ser americano.”
Em um discurso emocionante, ela falou sobre a recente perda de sua mãe. “Tenho vivido um luto pela esperança, uma tristeza em relação ao futuro. A última vez que estive em Chicago foi para o enterro da minha mãe, a mulher que me ensinou sobre o poder da minha própria voz”, refletiu.
“Kamala está mais do que pronta para esse momento. Ela é uma das pessoas mais qualificadas para buscar a Presidência, representando as histórias que todos nós contamos sobre este país”, afirmou. “É a minha história, a sua história, a história da vasta maioria dos americanos que lutam por um futuro melhor.”
Comemorando o legado dos Obama em Chicago, a convenção democrata mobilizou apoio em massa para a candidatura de Kamala Harris. A popularidade dos Obama era evidente, com aplausos calorosos ao longo da noite dedicada a apresentar a candidata ao eleitorado, contrastando-a com Donald Trump.
“Chegou a hora de as mulheres organizarem a bagunça sem esperar pelo cargo”, afirmou o governador de Illinois, J.B. Pritzker.
O marido de Kamala, Douglas Emhoff, também se destacou com um discurso leve, revelando sua origem comum e como se conheceram em um encontro às cegas, além de sua relação com os filhos dele, que a chamam carinhosamente de “mamala”.
Em um segmento da noite, o ex-secretário de imprensa de Trump, Stephanie Grisham, discorreu sobre a deslealdade e falta de empatia do ex-presidente. “Kamala Harris fala a verdade. Ela respeita o povo americano. E ela tem meu voto”, finalizou.
O evento teve como foco a economia, um tópico crucial para muitos eleitores que percebem Trump como uma escolha mais favorável. Bernie Sanders defendeu a necessidade de um sistema que beneficie todos, não apenas os bilionários, criticando o “Projeto 2025” de Trump como uma proposta radical.
Democratas também trouxeram à tona o apoio de republicanos, incluindo o prefeito de Mesa, John Giles, que fez duras críticas ao partido atual, enfatizando a necessidade de mudança e responsabilidade.
A convenção apresentou um apelo emocional e motivador, com a mensagem de que agora é o momento de lutar pelo futuro e pela eleição de Kamala Harris. A energia do evento refletiu a esperança de um novo amanhecer político para o país.