Uma pesquisa recente realizada pela Datafolha revelou que, para a maioria dos eleitores de São Paulo, os apoios políticos de Lula a Guilherme Boulos e de Jair Bolsonaro a Ricardo Nunes não influenciam suas decisões. Cerca de 60% dos entrevistados afirmaram que o endosse do presidente Lula a Boulos não impacta suas intenções de voto, enquanto 51% indicam preferência pelo prefeito Nunes, contra 33% para Boulos.
Examinando mais de perto, 61% dos entrevistados disseram que o apoio de Lula a Boulos não altera suas escolhas eleitorais. Entre o restante, 21% acreditam que esse suporte aumenta a chance de votar em Boulos, enquanto 17% acham que diminui suas possibilidades. Por outro lado, 58% afirmaram que o apoio de Bolsonaro a Nunes não altera suas intenções de voto, com 21% considerando que esse apoio reduz a probabilidade de votar no prefeito e 20% sentindo que o aumenta.
O impacto do apoio de Lula a Boulos parece ser maior entre eleitores de menor nível educacional e de renda mais baixa, enquanto o apoio de Bolsonaro a Nunes atrai mais eleitores acima de 45 anos e entre aqueles que já votaram em Bolsonaro em 2022. A pesquisa entrevistou 1.204 eleitores entre os dias 15 e 17 e possui uma margem de erro de três pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.
Os resultados da pesquisa colocam em xeque a estratégia de polarização nacional nas eleições. A campanha de Boulos busca replicar o sucesso da esquerda na polarização do pleito de 2022, enquanto a campanha de Nunes tenta focar nas questões locais que, segundo ele, deveriam ser prioritárias nas eleições municipais.
Além disso, a crise elétrica em São Paulo, que a campanha de Boulos tenta usar como uma vantagem, também refletiu negativamente sobre o governo Lula, dada a responsabilidade federal da concessionária Enel, conforme destacado por Nunes.
O prefeito Nunes e seu aliado, o governador Tarcísio de Freitas, expressaram críticas ao governo federal, exigindo que a Aneel e o Ministério de Minas e Energia busquem a rescisão do contrato com a Enel, ressaltando que a crise elétrica prejudica ambos os candidatos.
Com a realização do segundo turno se aproximando, a campanha de Nunes se apresenta como dividida, com alguns aliados acreditando que o suporte de Bolsonaro é benéfico, enquanto outros argumentam que não traz vantagens. Boulos busca reverter a imagem negativa associada ao candidato aliando-se ao sentimento geral de rejeição a um candidato bolsonarista.
No próximo dia 22, está agendada uma aparição de Bolsonaro ao lado de Nunes, aumentando a expectativa sobre o impacto dessa aliança. Entretanto, a relevância do apoio de Bolsonaro é questionada, visto que Nunes deve absorver votos que anteriormente pertenciam a Marçal, seu concorrente no primeiro turno.