Mais de 280 torcedores do Peñarol foram detidos na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio de Janeiro, após uma briga generalizada na orla do Recreio dos Bandeirantes, ocorrida nesta quarta-feira (23).
Pelo menos 20 indivíduos foram autuados, enfrentando acusações que incluem tentativa de homicídio, organização criminosa e racismo.
Entre os detidos, foi encontrado um suspeito de roubo de celular e outro torcedor portando uma arma de fogo.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, a violência se intensificou após torcedores do Peñarol estacionarem três ônibus na orla da praia e descerem “afrontando as pessoas no local” com atitudes racistas.
Foi nesse cenário que um tumulto se iniciou e um torcedor aproveitou para roubar um celular de um estabelecimento. Policiais militares que monitoravam a situação foram rapidamente informados e realizaram a prisão do suspeito.
“A PM agiu e a população ficou revoltada, gerando uma confusão generalizada,” declarou Santos. “Uma cena lamentável, onde pessoas se agrediram em plena rua, colocando a vida de outros em risco,” acrescentou o secretário, que também reconheceu falhas no planejamento para o recebimento dos torcedores uruguaios.
A confusão se espalhou pela orla, afetando banhistas e congestionando o trânsito local. Segundo a Polícia Militar, torcedores do Peñarol cometeram atos de vandalismo, saques e depredação de estabelecimentos e veículos.
Os uruguaios envolvidos na briga também foram acusados de incendiar motos estacionadas.
O secretário Victor Santos informou que as vítimas devem se dirigir à Cidade da Polícia para registrar suas ocorrências.
“O proprietário do bem perdido precisa apenas comprovar a posse e solicitar indenização ao estado. Entendemos que o estado deve responsabilizar o Peñarol,” explicou.
“Instruí a Procuradoria-Geral do Estado a preparar uma ação contra a torcida, pois essas ações devem ter consequências,” completou.
Entre os torcedores detidos, havia crianças e adolescentes, todos os quais serão ouvidos para identificar suas condutas.
“O foco agora é identificar a ação de cada um deles,” afirmou Santos.
Representantes do consulado do Uruguai estão presentes na Cidade da Polícia para oferecer assistência aos detidos. Aqueles que retornarem ao seu país serão escoltados.
Segundo o secretário de segurança pública, os suspeitos enfrentarão as consequências de seus atos no Brasil. “Os processos e a aplicação das penas ocorrerão aqui. Todos responderão aqui,” assegurou Santos.