As recentes medidas implementadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva criaram um ambiente favorável para os fundos de infraestrutura, que demonstram rentabilidade superior a outras opções de investimento, como fundos imobiliários e fiagros, voltados ao agronegócio.
Esses fundos são direcionados a títulos de dívida de concessionárias e empresas que operam serviços públicos em setores como rodovias, saneamento e energia. Um atrativo considerável é a isenção do Imposto de Renda, desde que pelo menos 85% de suas alocações sejam em debêntures incentivadas.
No recente evento da Faria Lima, a Expert XP, que ocorreu entre os dias 31 de setembro e 1 de outubro em São Paulo, a popularidade dos fundos de infraestrutura foi o tema central, atraindo grande público aos estandes das gestoras que se destacam nesse tipo de investimento.
Um estudo da Guide Investimentos, realizado em junho, revelou que, além de outras opções de investimento, os fundos de infraestrutura superaram o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e o IMA-B (índice de títulos públicos atrelados à inflação), obtendo uma média de rentabilidade de IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mais 7,8%.
A Guide mantém uma perspectiva otimista em relação aos fundos de infraestrutura devido às altas taxas e ao risco relativamente baixo associado a esses ativos.
Os benefícios fiscais e os incentivos governamentais têm sido os principais fatores que atraem investidores para os FI-Infras. Com a taxação rigorosa sobre fundos exclusivos e a limitação na emissão de títulos de crédito privado, muitos estão buscando essas opções mais vantajosas.
Além disso, iniciativas como o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) demonstram o comprometimento do governo em estimular investimentos em infraestrutura como motor para o crescimento econômico nacional.
De acordo com especialistas, a recente mudança nas regulamentações de LCI, LCA, CRI e CRA não afetou os FI-Infras, o que tem incentivado muitos investidores a explorar essa alternativa. Daniela Gamboa, especializada em crédito privado e imobiliário, destaca que os fundos de infraestrutura estão recebendo considerável atenção.
A SulAmérica, com R$ 76 bilhões em ativos sob gestão, prepara-se para lançar seu primeiro fundo de investimento em infraestrutura na B3. A gestora JivaMauá também está prestes a realizar um IPO de um fundo semelhante, com liquidação programada para a próxima quarta-feira.
A Sparta, já consolidada no mercado de FI-Infras, reportou um crescimento de 50% em seus ativos sob gestão no último ano. A gestora possui dois fundos listados na Bolsa, com retornos de IPCA+9,7% e CDI+4,2%, e atribui a demanda crescente à segurança e previsibilidade oferecidas pelos investimentos em infraestrutura.
O aumento no interesse por fundos de infraestrutura se deve à imprevisibilidade dos emissores de crédito e à atratividade da isenção tributária, tornando esse segmento essencial para diversos investidores.