Um ginecologista no Paraná foi condenado a 35 anos, 1 mês e 9 dias de prisão por crimes de violação sexual mediante fraude e violência psicológica contra mulheres.
A decisão, proferida nesta sexta-feira (30) pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Maringá, mantém a suspensão do direito do médico de exercer a medicina e determina a cassação de sua especialidade em ginecologia. Além disso, ele deverá pagar R$ 15 mil a cada uma das 33 vítimas que denunciou.
O advogado do ginecologista informou que está avaliando a sentença e planeja recorrer ao Tribunal de Justiça.
A prisão do acusado ocorreu em junho do ano passado, após relatos de três mulheres. Com o avançar da investigação, outros pacientes comenzaron a procurar a Polícia Civil, resultando na identificação de 42 vítimas, das quais 33 formalizaram denúncias.
O Ministério Público apresentou a denúncia em março, informando que os crimes ocorreram entre 2011 e 2023.
O investigador responsável pelo caso destacou que o médico realizava exames ginecológicos sem qualquer aviso, levando a casos de abuso sexual. Ele costumava utilizar argumentos de empoderamento feminino para ganhar a confiança das pacientes antes dos exames.
Até 2022, o ginecologista promovia uma abordagem que defendia a “humanização da ginecologia e obstetrícia”, enfatizando a autonomia das mulheres.
Em 2022, o profissional também se candidatou a deputado federal, mas não foi eleito. O Conselho Regional de Medicina do Paraná já iniciou uma sindicância sobre o caso em junho de 2023, e um Processo Ético-Profissional está em andamento, podendo levar à cassação do exercício profissional após apuração completa.