O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou, em evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (12), a importância da comunicação da instituição como um grande desafio. Durante uma conversa com o renomado músico Caetano Veloso, ele abordou questões relacionadas à ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que elucida o cenário econômico e as justificativas para a definição da taxa Selic.
Galípolo revelou que Veloso fez questionamentos sobre o conceito de “forward guidance”, que se refere às sinalizações do Banco Central sobre futuras decisões relacionadas à taxa básica de juros. O presidente do BC comparou a escolha cuidadosa de palavras na elaboração da ata a fazer poesia, embora tenha ressaltado que a apreciação pública da ata não é a mesma que a das obras do artista.
O evento foi organizado pelo Cebri, em parceria com o Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças e o Centro de Debates de Políticas Públicas. Galípolo enfatizou a necessidade de o Banco Central prestar contas à sociedade, dado seu status de autonomia, e a importância de abordar a desinformação e questões relacionadas à segurança e estabilidade financeira.
Ele mencionou como outros Bancos Centrais, como os da Suécia, Coreia do Sul e Hong Kong, têm se adaptado à nova realidade da comunicação, utilizando redes sociais e outros canais para se conectar com o público. “A comunicação evoluiu rapidamente e representa um grande desafio para o Banco Central ao tentar equilibrar mensagens oficiais com aquelas que têm um maior alcance na população”, comentou.
Recentemente, o Banco Central implementou uma estratégia mais leve em suas comunicações, incluindo o uso de conteúdos que desmentem notícias falsas, como uma polêmica sobre a taxação do Pix, demonstrando a necessidade de uma abordagem moderna e acessível nas comunicações institucionais.