Um incidente alarmante ocorreu no Centro de Acolhida Temporária localizado na rua Prates, no Bom Retiro, São Paulo, onde um funcionário encontrou uma granada dentro de um maleiro utilizado por moradores de rua. O achado aconteceu na tarde desta segunda-feira (22), quando um agente social estava verificando os pertences de um residente ausente há cinco dias.
A Polícia Militar, acionada pelo Grupo de Comando e Controle, confirmou que o artefato era inoperante e possivelmente remanescente da Segunda Guerra Mundial. Após a devida verificação, o abrigo foi liberado para continuar suas atividades.
Em uma declaração oficial, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social comunicou que a equipe do centro acionou as autoridades após a descoberta do artefato. Ressaltou também que, a fim de garantir a segurança do local, vistorias rotineiras são realizadas pelas equipes competentes.
Embora tenha sido a abordagem recente, reportagens anteriores já destacaram as precárias condições do abrigo. Avaliações mostraram a presença de um bebedouro interditado, animais no refeitório e diversas falhas estruturais, como a ausência de portas, levantando preocupações sobre a qualidade do atendimento e a regularidade das manutenções.
A Secretaria informou que desde maio deste ano, trabalhos de controle de pragas e limpeza vêm sendo realizados para assegurar a higiene do espaço. O reconhecimento da situação do local reacendeu o debate público, especialmente desde que em julho de 2023, o abrigo foi considerado para abrigar dependentes químicos da região da Cracolândia, gerando protestos de moradores e comerciantes.
Um frequentador do Centro de Acolhida Prates, que optou por se manter anônimo, compartilhou sua preocupação com as condições do abrigo, descrevendo-o como um “misto de purgatório e regime semiaberto”. Ele afirmou que uma recente desativação do bebedouro fez com que os residentes enfrentassem dificuldades para obter água, tendo que recorrer a chuveiros e pias dos banheiros para matar a sede.