Na noite de quarta-feira (18), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva mobilizou um grupo de ministros congressistas para colaborar com as bancadas partidárias na aprovação das medidas do pacote de contenção de gastos. O objetivo é garantir a viabilidade das propostas diante da atual situação política.
Fontes indicam que o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, contatou seus colegas após a sessão na Câmara ser encerrada sem progresso, com a preocupação de não haver votos suficientes para a aprovação das medidas.
Os ministros convocados incluem representantes do MDB, União Brasil, PSD, PP e Republicanos, que foram orientados sobre como suas respectivas bancadas haviam votado, além de listar deputados ausentes e aqueles que se manifestaram contra as propostas. Até mesmo ministros que não são deputados participaram ativamente ao dialogar com seus colegas.
Na manhã desta quinta-feira (19), a Secretaria de Relações Institucionais compartilhou com o líder do governo na Câmara, um relatório sobre as interações realizadas pelos ministros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também dedicou sua manhã a realizar chamadas telefônicas a partir de seu gabinete, reforçando a articulação entre os parlamentares.
Um dos ministros envolvidos relatou que se comunicou com todos os deputados de seu partido e monitorou a sessão do plenário de seu escritório, incentivando aqueles que ainda não tinham votado a participar.
A avaliação entre os ministros é que uma atuação coordenada do governo é essencial para avançar as propostas no Congresso. Até momentos antes da votação da proposta de emenda à Constituição, a incerteza sobre a aprovação persistia entre os líderes.
No primeiro turno, a proposta obteve 344 votos a favor, superando a exigência mínima de 308 votos para a alteração constitucional.
Além da mobilização interna, o governo também indicou a disposição de liberar emendas extras como parte das negociações com o Congresso, como parte de um esforço para facilitar a votação. Os parlamentares informaram que cada deputado que votar a favor das medidas poderá receber emendas de até R$ 5 milhões, enquanto os senadores poderão contar com aproximadamente R$ 12 milhões.