A renomada cantora Fafá de Belém compartilha suas visões sobre o impacto das novas tecnologias na música, destacando que seu uso pode ser incrível quando aplicado de maneira adequada. Recentemente, ela lançou uma versão remasterizada da canção “Amores”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, que foi originalmente interpretada por ela em 1987.
Este projeto inovador foi impulsionado pelo DJ Zé Pedro, que utilizou inteligência artificial para isolar a voz de Fafá da gravação original e criar um novo arranjo mais minimalista. O pianista Alexandre Viana também contribuiu, executando a nova versão ao piano, com a voz de Fafá sendo adicionada posteriormente.
A cantora acredita que o uso da tecnologia nesse contexto é apropriado, embora tenha reservas sobre outras aplicações. “Não uso autotune. Nem sabia o que era até um ano atrás”, afirmou, referindo-se à técnica comum de afinação vocal na indústria da música.
“Amo música e cantar. A emoção de estar em cena é o que realmente importa”, enfatiza. “Mas sou de outra geração.”
Fafá também expressou sua desaprovação quanto ao uso de inteligência artificial para simular sua voz em músicas que ela nunca gravou, afirmando: “Não acho legal, mas isso sou eu. Não estou aqui para julgar ninguém.”
“Tenho minhas preocupações sobre a falta de músicos e vozes reais. Porém, reconheço que estamos em um novo momento, onde milhões estão envolvidos. Empresários buscam resultados rápidos, e as gravadoras muitas vezes priorizam resultados comerciais, descuidando-se do verdadeiro valor cultural.”
Aos 68 anos, Fafá declara-se “radicalmente contra” procedimentos estéticos como botox e preenchimentos. “Harmonização [facial]”, ela mesma responde, referindo-se a um estilo que a incomoda. “O queixo fica do tamanho da cabeça”, criticou.
A cantora também reprova o uso excessivo de filtros e Photoshop nas capas de álbuns. “Não uso isso. Gosto do meu cabelo branco e de como estou agora”, conclui, com alegria.