O setor aéreo está intensificando esforços para adotar Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF) como parte de sua estratégia para descarbonização. Enquanto isso, fabricantes estão explorando diversas alternativas, incluindo a renovação de frotas e o desenvolvimento de aeronaves híbridas, elétricas e movidas a hidrogênio.
Durante um evento recente em São José dos Campos, a Embraer destacou sua estratégia focada no desenvolvimento de aeronaves híbridas e a hidrogênio para as próximas décadas. A empresa já havia lançado em 2021 a “Energia Family”, um grupo de conceitos de aeronaves projetadas para ajudar o setor a atingir a meta de emissões líquidas zero até 2050.
Recentemente, os projetos da Embraer foram adaptados. Se inicialmente as aeronaves conceptuais tinham apenas nove assentos, agora a fabricante está projetando versões com até 50 assentos, enfatizando o foco em modelos de maior capacidade. A expectativa é que essas inovações cheguem ao mercado na próxima década.
No evento promovido pela IATA no Chile, um especialista afirmou que o SAF não pode ser a única solução para a descarbonização da aviação, ressaltando que a dependência deste combustível não resultará em emissões zero. Além disso, a sustentabilidade no setor é um desafio que envolve outros aspectos, como a eficiência energética e inovações tecnológicas.
A IATA tem como objetivo eliminar as emissões de carbono do setor aéreo até 2050, e esse compromisso inclui ações de companhias aéreas, fabricantes e aeroportos, entre outros.
Entre as inovações, os eVTOLs (aerossistemas elétricos de decolagem e pouso vertical) estão emergindo como uma solução promissora para promover a descarbonização no setor. A Gol já firmou contratos com a Vertical Aerospace para a entrega deste tipo de aeronave, que será destinada a voos regionais.
A American Airlines também está investindo em tecnologia movida a hidrogênio, tendo recém-anunciado a aquisição de cem motores produzidos pela ZeroAvia. Esses motores irão gerar eletricidade a partir do hidrogênio, cuja única emissão durante os voos será vapor d’água a baixa temperatura.
No contexto da eficiência operacional, a Airbus mencionou que a hibridização dos sistemas de propulsão será uma das chaves para melhorar a eficiência de combustível. Além disso, a empresa planeja lançar uma aeronave movida a hidrogênio até 2035 e se comprometeu a desenvolver aviões mais eficientes como parte de suas iniciativas de sustentabilidade.
A Boeing, em resposta a indagações, destacou suas iniciativas de renovação de frota e o uso de SAF como parte de suas ações para reduzir as emissões de carbono. A empresa também conduz pesquisas sobre fontes potenciais de SAF em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil e os Estados Unidos.