A Embraer anunciou na segunda-feira (22) a assinatura de um contrato para a venda de nove cargueiros militares C-390 Millennium para a Holanda e a Áustria, fortalecendo sua posição no mercado de defesa.
Esses países europeus haviam previamente selecionado a aeronave para substituir suas envelhecidas frotas de Hércules C-130, mas a formalização do acordo estava pendente até agora.
A encomenda, revelada durante a feira de aviação em Farnborough, inclui cinco aeronaves para a Holanda e quatro para a Áustria, com entregas programadas para iniciar em 2027 e serem concluídas em 2030, conforme informações fornecidas pela Embraer.
“Este é um marco significativo na trajetória da Embraer Defesa & Segurança. Estamos formalizando o maior contrato de exportação do C-390”, declarou o presidente da divisão, Bosco da Costa Junior.
Aumentar a presença internacional com vendas adicionais do C-390 tem sido uma prioridade estratégica para a Embraer, focando em clientes da Otan, como a Holanda.
Além da Holanda e da Áustria, países como Portugal, Hungria, República Tcheca e Coreia do Sul também escolheram a aeronave para suas operações.
Costa Junior comentou que a seleção do C-390 se tornou um compromisso formal de compra, atrelado a valores e cronogramas de entrega, com os aviões sendo incorporados à linha de produção.
A Embraer não revelou os valores do contrato, mas está intensificando a produção do C-390. A capacidade atual da linha de produção é de 18 aeronaves, com quatro unidades previstas para entrega este ano e mais seis no próximo, segundo o executivo.
“Estamos projetando um aumento na produção até 2030, visando a entrega de 12 unidades até lá. Nosso desafio atual é garantir que a cadeia de suprimentos possa acompanhar esse crescimento. Recentemente, realizamos um evento em Gavião Peixoto com os principais fornecedores para assegurar que esse desenvolvimento se concretize”, explicou Costa Junior.
No final do segundo trimestre, a carteira de negócios do segmento de defesa da Embraer era de 2,1 bilhões, quando a empresa entregou uma aeronave C-390.
“Com essa nova venda, nosso backlog se concentra fortemente na Otan, mas também realizamos uma venda para a Coreia do Sul no final do ano passado. As regiões da Ásia, Oriente Médio e Europa se mostram promissoras para o C-390”, comentou Costa Junior. “Estamos otimistas com futuras aquisições em outros mercados.”
Mercados estratégicos como Índia, Arábia Saudita e Estados Unidos, além da Suécia, são vistos como potenciais para a unidade de defesa da Embraer.