O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou a atual situação fiscal do Brasil em uma entrevista na sexta-feira, destacando a dificuldade de conciliar as demandas da direita e da esquerda. “Como é que fecha a conta?”, questionou ele, enfatizando a necessidade de promover um equilíbrio nas contas públicas.
Haddad mencionou que o desafio fiscal transcende as ideologias políticas e que a sustentabilidade das contas públicas deve ser a prioridade. Ele apontou que, atualmente, o governo brasileiro opera com um orçamento de 17% do PIB, uma queda significativa em relação aos 19% registrados nos anos anteriores, resultando em uma perda de R$ 250 bilhões em arrecadação.
O ministro reiterou a importância de trabalhar tanto na receita quanto nas despesas. Ele se comprometeu a continuar implementando medidas de contenção de gastos, embora não tenha revelado detalhes específicos. Haddad reconheceu que o ajuste nas despesas é um processo contínuo e crucial para a recuperação fiscal.
Durante a entrevista, Haddad também se deparou com questionamentos sobre os votos contrários ao pacote de gastos por membros do seu partido e de outros. Em resposta, o ministro expressou sua satisfação pela aprovação das medidas no Congresso, comparando o processo a uma “maratona”.
Além disso, o ministro admitiu haver falhas na comunicação do pacote, que afetaram negativamente o mercado financeiro. Ele destacou que se comunicar efetivamente em uma era dominada pelas redes sociais é um desafio considerável.
Em um relato pessoal, Haddad esclareceu que sua decisão de tirar férias no início do ano estava relacionada à necessidade de apoiar sua esposa durante sua recuperação pós-cirurgia. Ele reiterou seu compromisso com o trabalho, afirmando: “Estou queimando os dias de férias para trabalhar”, e manifestou confiança em seu ritmo de trabalho, apesar das críticas que recebeu.