A advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra declarou, nesta sexta-feira (10), que o processo contra ela, parte da Operação Integration, ainda está em andamento, ao contrário do que ocorreu com outros investigados, como o cantor Gusttavo Lima.
A operação investiga uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, utilizando jogos de apostas esportivas ilegais e o famoso jogo do bicho. Deolane foi presa, junto com sua mãe, Solange Bezerra, em setembro do ano passado.
Durante uma transmissão ao vivo, a influenciadora negou as acusações, apresentando documentos que, segundo ela, comprovam seus pagamentos e declarações de impostos. Em lágrimas, ela questionou o porquê de somente ela estar sendo investigada.
“Estamos enfrentando essa luta arduamente. Mas mantenho minha fé no Judiciário e em Deus, que nunca me abandonou. Não é a primeira vez que sou alvo de ridicularização pública. Foram 20 dias muito difíceis, e o pior momento foi perceber que não poderia estar próxima da minha mãe”, afirmou Deolane, que também expressou seu desgosto por ser rotulada como “ex-presidiária”.
A advogada sustentou que sua prisão foi injusta, alegando que a compra de um carro de luxo motivou a ação. “Fui presa pela aquisição de um carro, uma Lamborghini Urus. Adquiri um veículo de alto valor, mas não o vendi. Em setembro, informei à Justiça que o carro estava à disposição e não houve decisão sobre isso. Reiteramos essa informação em 29 de novembro”, ressaltou Deolane.
Ela também negou que tenha pago pelo veículo em dinheiro vivo. Durante a live, apresentou documentos que seriam comprovantes de pagamento em parcelas. Deolane mencionou que o processo alega que ela adquiriu o carro sem ter demostrado renda suficiente para tal compra, embora tenha declarado seus ganhos no Imposto de Renda.
A advogada destacou que vive de maneira semelhante a qualquer pessoa que trabalha online e lamentou a perda de todos os seus contratos publicitários após sua prisão, dizendo: “A qualquer momento, tenho que provar que não cometi crime algum. Tudo declarado. No ano passado, paguei quase R$ 10 milhões em impostos. Todas as minhas contas foram bloqueadas, fiquei sem nada e estou lutando para reerguer minha empresa”.
Deolane também esclareceu que não possui vínculos com a empresa Esportes da Sorte, sendo contratada apenas para ações publicitárias.
A influenciadora comentou ainda sobre a prisão de sua mãe, que ocorreu devido a uma conta vinculada a seu filho. “Minha mãe foi presa porque o Caíque usava a conta dela. Ele estava lutando contra a dependência de jogos e as transações eram frequentemente de ganhos e perdas. Mostrei todos os relatórios”, explicou Deolane.
Ela finalizou a transmissão enfatizando a relevância do impacto que a prisão teve em sua vida, relatando a dificuldade de contratar qualquer tipo de banda, dado o estigma associado ao seu nome: “Minha vida está estagnada há quatro meses”.
Deolane Bezerra e sua mãe foram detidas em 4 de setembro, como parte da Operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro e atividades de jogos ilegais.
No dia 9 de setembro, a Justiça autorizou a soltura de Deolane sob condições cautelares, incluindo o uso de uma tornozeleira eletrônica. Entretanto, ela foi novamente presa dois dias depois, por suposto descumprimento das ordens judiciais.
Finalmente, a influenciadora foi liberada em 24 de setembro, após decisão do desembargador que concedeu habeas corpus a ela e a outros 16 envolvidos, incluindo sua mãe, Solange Bezerra.