O dólar abriu em leve queda nesta sexta-feira (3), enquanto investidores mantêm cautela em uma sessão marcada pela escassez de dados econômicos e poucos fatores de curto prazo. Às 9h05, a moeda norte-americana registrava uma queda de 0,13%, sendo cotada a R$ 6,1571. Na quinta-feira (2), o dólar fechou em baixa de 0,27%, a R$ 6,162, em um ambiente de baixa liquidez e alta volatilidade, após alcançar uma máxima de R$ 6,226 no início do dia.
A Bolsa também seguiu a tendência de queda, com uma redução de 0,13%, atingindo 120.125 pontos. As ações da Petrobras, no entanto, subiram cerca de 2%, impulsionadas pela valorização do petróleo no mercado internacional. Este dia destaca as apostas iniciais dos investidores para o ano, com especial atenção ao cenário fiscal brasileiro e às perspectivas da economia global.
No Brasil, a situação fiscal continua sendo o foco principal para os investidores no início do ano. As preocupações sobre o equilíbrio das contas públicas têm sido um fator determinante para a recente alta do dólar em 2024, que acumula uma valorização de 27% em relação ao real. Especialistas indicam que o governo tem enfrentado dificuldades para controlar gastos crescentes sem comprometer a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
Recentes declarações de economistas ressaltam que várias despesas estão colocando pressão sobre o sistema financeiro, com evidências de que as contas públicas podem estar em uma diretriz insustentável. Em 2024, o fluxo cambial indica uma saída líquida de US$ 15,918 bilhões, a terceira maior na série histórica desde 2008, apenas superada pelos valores de 2019 e 2020.
Pressões do mercado estão motivando solicitações por mais cortes nas despesas públicas. Em uma recente sessão no Congresso, foram aprovadas medidas de contenção de gastos que visam economizar R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, embora as estimativas tenham sido reavaliadas para cerca de R$ 20 bilhões.
O ministro da Fazenda indicou que existe espaço para mais ajustes fiscais, reiterando a pressão contínua por um controle mais rigoroso das contas. Além disso, fatores internacionais, como a possível política econômica do novo governo dos EUA sob Donald Trump e as decisões do Federal Reserve, também estão moldando o cenário atual.
As previsões sugerem que o dólar deverá continuar elevado em 2025, com economistas apontando que provavelmente encerrará o ano em R$ 5,96. A volatilidade interna do Brasil e as políticas fiscais serão determinantes para a performance da moeda.