Após quase oito meses de recuperação judicial, a OEC, construtora vinculada à holding Novonor, antiga Odebrecht, teve seu plano aprovado por credores. Em assembleia realizada no dia 7, a proposta obteve o apoio de pelo menos 92% dos credores divididos em quatro categorias distintas.
O plano agora aguarda homologação judicial. Se aprovado, a dívida da empresa, que soma US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 26,5 bilhões), pode ser reduzida para aproximadamente US$ 150 milhões (R$ 863 milhões), conforme declarado pelo advogado representando a OEC.
“O valor da dívida reestruturada poderá variar conforme as opções de pagamento que os credores escolherem de acordo com o plano”, explicou o advogado. “Contudo, esses números são significativos. Com a redução substancial da dívida financeira, a empresa poderá retornar aos investimentos e crescimento”, acrescentou.
Desafios e Contestação
Recentemente, o plano da OEC enfrentou questionamentos, especialmente por parte do credor Fidera Group, um fundo britânico especializado em ativos problemáticos, que possui US$ 338 milhões em créditos contra a construtora. O fundo contestou a viabilidade do plano e um empréstimo associado ao banco BTG Pactual.
A Fidera criticou a falta de transparência relacionada a esse empréstimo e argumentou que não havia fundamentos econômicos que justificassem o plano apresentado. O fundo alegou não haver evidências que demonstrassem que a OEC poderia se tornar solvente, tendo iniciado a aquisição de debêntures da empresa no ano passado.
A reestruturação da OEC se dá quase seis anos após a Odebrecht anunciar a maior recuperação judicial da história do Brasil, quando a empresa declarou R$ 98,5 bilhões em dívidas à Justiça.