No Brasil, a situação política gera uma rápida rotatividade de figuras controversas. Recentemente, a Operação Overclean, da Polícia Federal, desvendou irregularidades em Campo Formoso, na região norte da Bahia, onde o deputado Elmar Nascimento enfrenta uma queda de prestígio após perder apoio em sua luta pela presidência da Câmara.
O orçamento secreto alocou R$ 63 milhões para projetos de pavimentação na cidade, mas o asfalto apresenta sérios problemas de qualidade. Embora a empreiteira envolvida esteja sendo investigada por corrupção e desvio de recursos, a comunidade ainda viu a inauguração de um busto em homenagem ao Dr. Chiquinho, tio de Nascimento. Além disso, Campo Formoso recebeu também R$ 9,5 milhões para a construção do Shopping do Garimpeiro, um novo espaço turístico.
José Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, é outro nome em evidência na Bahia e em diversos estados do país. Ele é investigado por supostas atividades de lavagem de dinheiro através de empresas de fachada. Nos últimos quatro anos, sua movimentação financeira alcançou R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 800 milhões somente em 2024.
Moura foi preso recentemente, mas liberado poucos dias depois. Sua notoriedade aumentou quando um associado foi flagrado em um jato de Moura transportando R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo, junto ao vereador eleito Francisquinho Nascimento, que, ao ser detido, desperdiçou dinheiro enquanto tentava escapar da situação. Francisquinho, natural de Campo Formoso, é conectado a Elmar Nascimento, intensificando as ligações familiares na trama política.
Esses casos ilustram a fraqueza de certos parlamentares, especialmente após a decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu R$ 4,2 bilhões em pagamentos, alegando falta de compliance com acordos entre as instituições. A atuação da PF na investigação pode revelar ainda mais contornos escusos envolvendo figuras como Moura e outros que operam nas sombras do cenário político.