A Justiça de São Paulo conduziu, nesta quinta-feira (15), mandados de busca e apreensão na residência e no escritório de Michael Klein, o filho mais velho e herdeiro do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein.
Essa nova etapa na disputa entre Michael e seu irmão, Saul, gira em torno da entrega de documentos que, supostamente, comprovam doações de Samuel a Michael e seus filhos, Raphael e Natalie.
Dois dos endereços mencionados por Saul à 3ª Vara Cível de São Caetano do Sul incluem unidades das Casas Bahia em São Paulo. A empresa, ao ser consultada, negou que suas unidades tenham sido alvo de busca e apreensão.
As ações da Justiça também foram direcionadas para o escritório de Michael na Casa Bahia Comercial, localizada em São Caetano, além de sua residência no bairro Vila Nova Conceição, na zona sul da capital paulista.
No mesmo prédio em que se localiza o escritório, uma unidade das Casas Bahia opera no andar térreo, enquanto outras salas comerciais também ocupam o restante do espaço.
A Justiça determinou uma operação na sede da varejista em Pinheiros, mas a empresa afirmou não haver registros da operação nesse local.
Apesar de Michael usar o escritório em São Caetano, os negócios não estão relacionados ao grupo Casas Bahia, do qual a família Klein se afastou há mais de uma década.
O mandado de busca e apreensão é parte de uma ação legal movida por Saul Klein contra Michael, acusando-o de falsificação de assinaturas do pai, Samuel Klein.
Michael, como inventariante do espólio de Samuel, havia conseguido o arquivamento de um processo no Tribunal de Justiça de São Paulo em maio. Contudo, Saul apresentou um novo pedido exigindo a devolução de R$ 2,5 bilhões em doações feitas pelo fundador às suas famílias.
A juíza Cintia Adas Abib, responsável pelo caso, destacou que, embora o processo tenha sido arquivado, Michael não apresentou à Justiça os documentos que comprovam as doações realizadas por seu pai enquanto estava vivo.
Michael foi notificado em abril deste ano, mas não compareceu ao tribunal com a documentação requerida.
A juíza escreveu: “As medidas solicitadas pelo autor são adequadas, dada a inação do réu em relação às suas obrigações, e é provável que os documentos estejam nos endereços indicados, ou seja, na residência e escritório do inventariante Michael Klein, responsável pela guarda e conservação dos documentos relacionados à sucessão hereditária.”
Em contato com a imprensa, Michael Klein, por meio de sua assessoria, afirmou que já havia apresentado toda a documentação solicitada por Saul durante o processo.
“A busca e apreensão é uma medida sem eficácia”, disse ele.
Saul Klein optou por não comentar sobre a situação.