A comissão da Câmara dos Deputados que investiga o acidente da Voepass em Vinhedo (SP) inicia suas atividades nesta terça-feira (27), com ênfase em ouvir os investigadores da Força Aérea e os líderes da empresa.
Além disso, a comissão planeja visitar a oficina de manutenção da Voepass em Ribeirão Preto (SP) e se reunir com as famílias das vítimas. O trágico incidente resultou na perda de 62 vidas, incluindo 58 passageiros e 4 membros da tripulação.
A primeira sessão da comissão externa está agendada para às 15h e contará com a participação de 37 parlamentares.
Na pauta de votação desta segunda-feira estão previstos 13 requerimentos, entre eles convites para audiências com o presidente do Cenipa (Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos), brigadeiro Marcelo Moreno, o presidente da Voepass, José Luiz Felício Filho, e o diretor-executivo da empresa, Eduardo Busch.
Estão também em discussão pedidos para auditar extensões com o diretor-presidente da Latam, Roberto Alvo, o presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Tiago Pereira, além de representantes policiais federais e da Avions de Transport Régional, fabricante do ATR 72-500.
A comissão se compromete a votar todos os requerimentos na sessão de terça. Durante essa reunião, será estabelecido o cronograma das atividades e escolhido o relator do colegiado, com o deputado Nelson Padovani (União Brasil-PR) já indicado para o cargo.
O deputado Bruno Ganem (Podemos-SP) assume a coordenação da comissão e destacou que o principal objetivo é identificar as ações necessárias do governo para “prevenir tragédias semelhantes no futuro”.
“A meta da comissão é identificar melhorias na aviação brasileira, seja através de novas legislações ou por meio de indicações de investimentos relevantes”, enfatizou Bruno.
A responsabilidade pela investigação de acidentes aéreos recai sobre o Cenipa, um órgão da Força Aérea Brasileira (FAB). Em média, a instituição leva cerca de 18 meses para emitir relatórios sobre desastres aéreos, apresentando recomendações para evitar récidivas.
O Cenipa deve divulgar um relatório preliminar do acidente no dia 6 de setembro, conforme seu regulamento, que determina a publicação do parecer em até 30 dias após o incidente.
Esses relatórios preliminares geralmente não especificam a causa do acidente, mas documentam quais etapas de investigação foram realizadas, como a remoção de destroços do avião, e apresentam informações sobre as condições meteorológicas no dia do voo.
O trágico acidente do voo comercial da Voepass ocorreu no início da tarde de 9 de agosto. A aeronave, um ATR 72-500, decolou de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) quando os pilotos perderam o controle da mesma.
O avião entrou em parafuso e caiu sobre o condomínio Recanto Florido, no bairro Capela, em Vinhedo, sem sobreviventes.
A Força Aérea informou que a aeronave da Voepass deixou de responder aos chamados do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. O piloto não declarou emergência nem relatou condições meteorológicas adversas.