CURITIBA, PR – Cristina Graeml (Podemos), a primeira mulher a avançar para o segundo turno nas eleições para a Prefeitura de Curitiba, de 55 anos, destacou a necessidade de maior representação feminina na política. Ela argumenta que a presença de mulheres no Parlamento deve refletir sua proporção na população brasileira.
Em sua campanha, Cristina expressou dúvidas sobre a viabilidade de propostas como a reserva de assentos no Congresso Nacional e optou por não aprofundar a ausência de políticas específicas voltadas para mulheres em seu plano de governo, um ponto que foi amplamente debatido por seu adversário, o atual prefeito Eduardo Pimentel (PSD).
Candidata pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), Cristina foi uma das surpresas do pleito municipal, garantindo seu lugar no segundo turno e desafiando a candidatura do candidato apoiado pelo governador Ratinho Jr. (PSD), com apoio de figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Meu plano de governo foi elaborado em conjunto por homens e mulheres. É irracional pensar em políticas públicas que excluam qualquer gênero. Se eu criar políticas para a saúde ou educação, todos devem ser incluídos”, afirmou Cristina em uma recente entrevista.
Cristina se posiciona como uma voz conservadora e, durante sua primeira campanha, se destacou como representante da direita radical em oposição à direita tradicional do PSD.
“Não sou a candidata extremista que tentam pintar. Meu time de voluntários focou em entender e identificar as demandas dos curitibanos, ajustando o plano de governo conforme necessário”, acrescentou.
No mês passado, Cristina se filiou ao Podemos com a intenção de concorrer ao Senado pelo Paraná em 2026. Ela se alinha ao grupo de seguidores de Bolsonaro que têm se oposto ao STF e à atuação do ministro Alexandre de Moraes, com um foco particular na anistia para os envolvidos em atos de 8 de janeiro, que ela considera presos políticos.
Cristina argumenta que é possível discutir políticas direcionadas para mulheres apenas quando o país restabelecer o Estado de Direito. “Quando as leis são respeitadas para todos, homens e mulheres se beneficiam igualmente. Assim, podemos abordar questões específicas de gênero”, declarou.
Para ela, a base eleitoral da direita reconhece a importância da igualdade de oportunidades, mas enfatiza que essa discussão deve ocorrer após a normalização das condições para todos os cidadãos.
Cristina começou sua trajetória política no PMB, que teve conflitos internos em sua candidatura. Ela explicou que se identificou com a diretriz “antifeminista” do partido, após encontrar rejeição em outras legendas. Embora não se opõe ao feminismo histórico, critica o que considera um movimento atual radical que rotula todos os homens como tóxicos.
“O feminismo atual, ao alinhar-se com a agenda LGBT, não defende as mulheres. Homens biológicos estão ocupando espaços femininos nos esportes e ganhando”, argumentou.
Cristina expressou seu desejo de preservar um entendimento equilibrado sobre o papel masculino na sociedade. Ela acredita que, com o aumento de candidaturas femininas, tanto homens quanto mulheres escolherão naturalmente mulheres para cargos eletivos.