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O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, destacou em uma declaração recente que o aumento significativo do dólar no final de 2024 foi resultado do aumento do fluxo de saída de recursos do Brasil, e não por especulações contra o real.
Em 18 de dezembro, o dólar atingiu um recorde nominal de R$ 6,267.
Maluhy afirmou: “Não vimos qualquer ataque especulativo. O Banco Central interveio devido ao fluxo de saída sazonal” durante uma análise dos resultados financeiros do banco no ano passado.
A saída de dólares do Brasil pela via financeira alcançou um valor histórico, com US$ 87,2 bilhões registrados, superando todos os índices desde o início da coleta de dados pelo Banco Central em 1982. Fatores como a incerteza econômica global e preocupações com a saúde fiscal do Brasil, juntamente com o crescimento da economia, contribuíram para este cenário.
Segundo Maluhy, a alta do dólar afeta diretamente a inflação e as taxas de juros, mas a recente queda da moeda americana, atualmente em torno de R$ 5,81, pode mitigar esses efeitos inflacionários.
“A recuperação do câmbio pode ter um impacto positivo na inflação, possivelmente resultando em uma taxa de juros abaixo da projetada, dependendo das condições econômicas”, acrescentou o executivo.
As projeções do banco para o final de 2025 incluem uma taxa Selic de 15,75%, inflação acima da meta em 5,8% e um dólar cotado a R$ 5,90.
Economistas indicam que melhorias significativas nos indicadores financeiros dependem de um ajuste fiscal abrangente.
Diante das atuais condições econômicas, o Itaú projeta uma desaceleração no crescimento para 2025, com expectativas de que a carteira de crédito total cresça entre 4,5% e 8,5%, em contraste com os 15,5% registrados em 2024.
Apesar dos desafios previstos, o banco se mostra confiante frente a um possível aumento na inadimplência, que atualmente está em níveis mínimas históricas de 2,4%.
“Nossa carteira continuará a crescer com clientes mais resilientes, mantendo sempre o foco em principalidade e engajamento”, afirmou Maluhy.
O Itaú está priorizando clientes de alta renda, que são menos suscetíveis ao impacto da inflação, resultando em um crescimento na concessão de crédito superior à evolução dos custos desse serviço.
“Estamos melhor preparados do que nunca para enfrentar qualquer cenário econômico que venha a surgir”, concluiu o CEO.