O advogado Hermano de Villemor Amaral Filho, que dedicou mais de oito décadas à advocacia, compartilhou recentemente em uma coletiva de imprensa o motivo que o levou a escolher sua carreira. “Meu pai sempre me dizia para ser advogado porque eu não conhecia outras profissões”, afirmou em uma entrevista.
Durante sua trajetória, Amaral Filho encontrou uma inspiração comum entre jovens advogados que, como ele, eram filhos de profissionais da área. Começou a frequentar o escritório do pai aos 12 anos e assumiu a firma aos 25, após o falecimento do pai. Décadas depois, seu filho também se tornaria advogado, e eles trabalhariam juntos na mesma firma, mantendo a tradição familiar com o mesmo nome ao longo de três gerações.
Amaral Filho, reconhecido como o advogado mais longevo em atividade no Brasil, continuou atuando no escritório até os 100 anos, só se afastando das atividades profissionais devido à pandemia de Covid-19.
Nascido e criado em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, formou-se em 1943, na então Universidade do Brasil, sendo um dos primeiros a se inscrever na OAB no estado. Ao longo de sua carreira, destacou-se no atendimento à comunidade expatriada, representando embaixadas francófonas e participando de casos significativos, como a negociação da libertação do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher em troca de 70 presos políticos durante um sequestro.
Amaral Filho era conhecido por sua inovação no uso de tecnologia no escritório, sendo o primeiro no Rio a incorporar máquinas de fax e computadores, além de ser pioneiro na inclusão de mulheres entre seus sócios.
Ele também compartilhava insights sobre longevidade, como a prática de tomar banhos frios e desfrutar de dois dry martínis por dia, sugerindo que essas atitudes contribuíam para a saúde e bem-estar. Amaral Filho acreditava que tais hábitos foram seguidos pela rainha Elizabeth II, que viveu até os 96 anos.
Entre suas recomendações para novos funcionários, destacava a leitura de “Mensagem a García”, que exalta a importância da iniciativa e do dever. “Ética, moral e integridade eram valores fundamentais para ele e não tolerava desvios”, comentou seu filho, Hermano de Villemor Amaral Neto.
Hermano de Villemor Amaral Filho faleceu aos 104 anos em 18 de julho, deixando um legado inestimável com sua esposa, dois filhos e quatro netos.
Para mais informações, entre em contato conosco.
Veja os anúncios de mortes
Veja os anúncios de missa