Lucas Carvalhal Arabian, 18 anos, faz sua estreia nos Jogos Paralímpicos 2024, realizando um sonho que começou durante a edição de 2016 no Rio de Janeiro. Naquela ocasião, com apenas dez anos, ele se emocionou com as competições e decidiu se profissionalizar no tênis de mesa.
Esse momento foi revivido em um vídeo que recentemente ganhou destaque nas redes sociais. Após os Jogos no Rio, um jovem Lucas, com uma camisa do Corinthians, expressou sua empolgação: “Achei muito legal a Paralimpíada, muito. Vou sentir muita saudade”, enquanto se afastava em uma cadeira de rodas decorada com bandeiras do Brasil ao redor do Maracanã.
“É uma mistura de emoções ver esse vídeo agora, participando dos Jogos Paralímpicos em Paris, lembrando de quando era pequeno, assistindo às competições e sonhando em um dia competir. Sem dúvida, é muito emocionante e difícil de descrever”, comentou.
Diagnosticado com um tumor na medula espinhal aos um ano de idade, Arabian enfrentou cinco cirurgias e quimioterapia, perdendo o movimento das pernas e passando a usar uma cadeira de rodas após intervenções em 2011 e 2012. Em 2022, ele passou por uma nova cirurgia para correção de escoliose, mas se recuperou a tempo para competir em Paris.
“Minhas lembranças dessas cirurgias [na infância] são vagas. Apenas recordo algumas recuperações no hospital e visitas importantes da família. Para mim, isso sempre foi significativo”, afirmou.
Lucas teve sua estreia em Paris, onde competiu nas duplas mistas (classe XD4-7) ao lado de Cátia Oliveira, mas foi derrotado por 3 sets a 1 pela dupla chinesa, cabeça de chave número um. Ele agora se prepara para a competição individual (classe 5) que começa na próxima segunda-feira.
Apesar da derrota nas duplas, Lucas demonstra confiança, fundamentada em seus resultados individuais nos últimos anos: ele conquistou bronze no Mundial de 2022, prata nos Jogos Parapan-Americanos de 2023 e ouro no torneio Fator 20 na Finlândia em 2023.
No Parapan de Santiago, ele também se destacou, faturando ouro nas duplas mistas XD4-7 e prata nas duplas masculinas MD8. Lucas está determinado a acrescentar uma medalha paralímpica à sua crescente coleção.
“Certamente, todo atleta aqui busca uma medalha. Esse é um dos meus objetivos, mas o principal é aproveitar ao máximo esses Jogos e ganhar experiência”, afirmou.
“Sou o atleta mais novo da minha categoria, então meu foco é aproveitar e dar o meu melhor na mesa. Quem sabe trago uma medalha para casa. É um sonho que carrego em minha vida e carreira. Espero que se torne realidade.”