SÃO PAULO, SP – ECNETNews
Uma operação de fiscalização realizada esta semana em clínicas de estética nas regiões de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal revelou irregularidades em 30 dos 31 estabelecimentos vistoriados, conforme divulgado nesta sexta-feira (14).
Conduzida pela Anvisa e pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, a ação resultou na interdição de oito clínicas devido a infrações graves. Os demais locais enfrentarão processos administrativos sanitários e multas. Os nomes das clínicas não foram revelados.
No estado de São Paulo, três clínicas foram interditadas. Durante as inspeções em São Paulo, Osasco e Barueri, foram encontrados produtos sem registro e manipulados em escala industrial, prática proibida pela Anvisa.
Além disso, diversos produtos injetáveis, como preenchedores dérmicos, foram identificados, o que é considerado um risco elevado, dada a complexidade da sua produção.
O relatório da Anvisa destacou a apreensão de mais de 2.000 ampolas manipuladas, incluindo toxina botulínica com validade expirada há dois anos.
Uma das clínicas estava realizando transplantes capilares sem a infraestrutura necessária e apresentou ampolas com combinações de produtos que não estavam devidamente identificadas.
Em Osasco, foram localizadas mais de 300 ampolas de produtos injetáveis em condições irregulares, além de nove equipamentos médicos sem calibração, que também foram interditados.
No Distrito Federal, as cinco clínicas inspecionadas apresentaram medicamentos vencidos ou sem registro no Brasil, descarte inadequado de resíduos, falhas de higiene, problemas estruturais e procedimentos invasivos sem a autorização apropriada.
Certa clínica não possuía alvará sanitário, enquanto outro estabelecimento estava sem a presença do responsável técnico. Situações como refrigeradores em temperaturas inadequadas e a ausência de procedimentos operacionais padronizados também foram observadas.
Nos nove estabelecimentos de Goiânia inspecionados, apenas um estava em conformidade. Os demais apresentaram produtos vencidos e medicamentos manipulados em nome dos funcionários, com o intuito de iludir a fiscalização. Além disso, foram encontrados resíduos descartados de maneira inadequada.
Uma clínica não possuía protocolos de segurança, e foram identificados dois casos de infecção não notificados ao sistema de saúde, o que contraria as normas legais. Uma clínica na capital de Goiás foi interditada.
Em Belo Horizonte, um dos seis estabelecimentos vistoriados foi flagrado reutilizando instrumentos de microagulhamento, o que representa um alto risco de infecções. Também foram encontrados produtos não regulamentados, como ponteiras de dermoabrasão e fios de polidioxanona, além de relatos de práticas não autorizadas.
Os agentes encontraram produtos já abertos e utilizados aguardando reutilização, além de falhas na esterilização dos utensílios. A central de materiais esterilizados de uma clínica estava sendo utilizada como depósito, misturando materiais usados e novos.
A Anvisa informou que a escolha dos estabelecimentos para fiscalização foi motivada por denúncias de usuários e o aumento de relatos de eventos adversos graves associados a procedimentos estéticos.