A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou um lote falsificado do medicamento Mounjaro (tirzepatida), que é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2. Este medicamento ainda não está disponível no Brasil e não há previsões para sua chegada ao mercado nacional.
De acordo com informações da fabricante, a Eli Lilly, a medicação do lote em questão apresentava sérios problemas de segurança e eficácia, incluindo a presença de bactérias, altos níveis de impurezas, coloração inadequada (rosa em vez de incolor) e até uma estrutura química completamente distinta dos produtos aprovados. Em um caso, o produto se revelou apenas como álcool.
A farmacêutica alertou ainda sobre a exposição a pílulas manipuladas ou outras versões orais de tirzepatida, que não foram submetidas a avaliações de segurança e eficácia por órgãos reguladores. A única forma aprovada de administração da medicação é via injeção subcutânea.
Como um aviso à população brasileira, a Eli Lilly divulgou uma carta aberta para informar sobre os riscos severos associados ao uso de medicamentos falsificados e manipulados com a substância tirzepatida.
No comunicado, a empresa reafirma que a tirzepatida é a única forma aprovada pelas autoridades de saúde e que a Eli Lilly é a única fornecedora legal dessa molécula, não fornecendo princípio ativo para farmácias de manipulação ou outras empresas.
A farmacêutica enfatizou que não vende tirzepatida por meio de redes sociais. “Qualquer medicamento da Eli Lilly comercializado por anúncios nas mídias sociais é ilegal. Esses produtos podem ser falsificados ou provenientes de indivíduos que os obtiveram por outros meios”, assim alertou a carta.
O documento ainda esclarece que os produtos que alegam conter tirzepatida não são inspecionados por autoridades regulatórias e podem ser fabricados em condições de higiene inadequadas, além de não conter o princípio ativo reivindicado ou apresentá-lo em dosagens incorretas, resultando em potenciais riscos à saúde.
Conforme relatado pela Eli Lilly, já foram identificados anúncios de pílulas, comprimidos, sprays nasais e outras formas orais de “tirzepatida”. Nenhum órgão regulador avaliou a segurança ou eficácia dessas administrações não aprovadas.
Quem utilizou versões falsificadas ou manipuladas do medicamento é aconselhado a procurar um médico imediatamente.