Com a conclusão do inquérito, o episódio de 8 de janeiro se destaca como um dos mais notáveis golpes bumerangues da história, onde a incompetência dos perpetradores se voltou contra eles. O evento se assemelha a uma trama cheia de trapalhadas, digna de roteiros de comédia, onde os planos secretos são facilmente desvendados.
Os envolvidos não estavam desprovidos de planejamento. Prepararam o terreno ao semear desconfiança sobre as urnas eletrônicas, antecipando-se ao resultado das eleições com o intuito de facilitar a execução de seu golpe. O que deveria ser um plano meticulosamente arquitetado tornou-se um fiasco improvável.
Os manifestantes, entusiasmados com o que acreditavam ser o sucesso iminente, falharam em adotar qualquer medida preventiva para garantir sigilo enquanto tramavam seu ato subversivo. Sua audácia na incompetência foi tamanha que, ao mesmo tempo em que cometiam um crime, acabavam se delatando ao compartilhar selfies e vídeos celebrando um feito que, na verdade, se transformaria em um embaraço. A partir desse momento, uma série de erros se acumulou.
A luta por um regime não democrático contava com uma diversidade de pessoas de diferentes idades e origens. A cena em Brasília era marcada por velhinhos abandonando brincadeiras com os netos para se envolver em protestos. Não faltaram bandeiras e fantasias de movimentos variados entre os manifestantes, incluindo a presença de pessoas se vestindo como “falsos indígenas”.
Os golpistas, em sua ânsia patriótica, deixaram rastros evidentes após depredarem patrimônio público, como celulares esquecidos no prédio do Senado.
Convencidos de que a invasão levaria automaticamente à destituição do presidente eleito, se viam perdidos nas próximas ações a serem tomadas, expostos em vídeos em que se perguntavam: “E agora, o que fazemos?”.
Se uma figura como Maxwell Smart estivesse presente, teria alertado de forma contundente: “O prédio do Senado está cercado por forças armadas e temos a situação sob controle”. A ineficácia dos invasores era evidente, e eles se questionavam sobre a credibilidade de suas ações.
Cansados e desiludidos, os rebeldes, que haviam se acampado, sonharam com um pesadelo em que acordavam cercados por forças de segurança.
Ao perceberem a gravidade da situação, a desorientação tomou conta. Em um momento de desespero, invadiram supermercados na esperança de encontrar algum tipo de alívio, saqueando bebidas e alimentos. No entanto, a salvação que esperavam do Exército e das Forças Armadas nunca chegou, resultando em gritos de indignação: “Cadê o Exército?!”.
A única resposta foi o eco de sua própria incompetência.
Feliz 2025!