No próximo dia 20, Donald Trump assumirá novamente a presidência dos Estados Unidos e terá como vice J. D. Vance, um fervoroso católico recentemente convertido. Essa escolha reflete a crescente afinidade entre Trump e o catolicismo conservador nos Estados Unidos.
Nascido em uma pequena cidade de Ohio há 40 anos, Vance é veterano da Guerra do Iraque, estudou ciência política e ganhou notoriedade como autor de um best-seller em 2016. Ele foi eleito senador em 2023 e agora se prepara para um papel significativo na Casa Branca.
Embora sua ascensão política tenha sido rápida, a conversão de Vance ao catolicismo em 2019 merece destaque, especialmente por sua crescente influência no movimento católico conservador americano.
Diferentemente do catolicismo de Joe Biden, que é mais progressista e centrado na devoção, Vance se identifica com os princípios do conservadorismo católico, como evidenciado na composição da Suprema Corte dos Estados Unidos, onde juízes como Clarence Thomas e Amy Coney Barrett têm sido fundamentais para decisões que impactaram direitos reprodutivos.
Durante o segundo mandato de Trump, Vance não estará sozinho em sua missão. A nova administração se destaca por sua forte presença católica, com Vance, Robert F. Kennedy Jr. como secretário de Saúde e Mark Rubio como secretário de Estado, todos representantes da ala conservadora da Igreja.
Vance poderá atuar como mediador fundamental entre Trump e as elites intelectuais católicas, conforme indicado por observadores políticos. A comparação de Vance a uma figura bíblica, como Paulo de Tarso, sugere que ele tem o potencial de propagar a mensagem do trumpismo de maneira eficaz.
No entanto, a conversão de Vance ao catolicismo se deu de forma diferente da experiência transformadora de Paulo; foi um processo mais intelectual, fundamentado em leituras filosóficas, que o levou a perceber a relevância do catolicismo e a admirá-lo como uma instituição tradicional e sólida.
A conversão de Vance, marcada por um profundo aprecio pela tradição católica, não é surpreendente, considerando sua inclinação a se alinhar com uma Igreja que ele vê como baluarte contra as mudanças modernas. Vance, tanto como católico quanto como vice-presidente, busca restaurar valores que, em sua visão, foram perdidos.
A aproximação de Trump ao catolicismo conservador vai além de pautas morais, como a oposição ao aborto. Trump vê nos católicos conservadores um potencial significativo para expandir sua base de apoio. Assim, é claro quem desempenhará o papel de missionário nesta nova era do trumpismo: J. D. Vance.