O governo Lula enfrenta um prazo crítico para alcançar um acordo com servidores insatisfeitos sobre as reivindicações das carreiras. Há pouco mais de um mês para as negociações, a ausência de um consenso pode resultar na exclusão dos reajustes do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que precisa ser apresentado até 31 de agosto.
No centro das discussões, servidores do Ibama, da Abin e das agências reguladoras estão ativos em negociações com o Ministério da Gestão.
O Ibama, em particular, tem utilizado estratégias de reivindicação mais agressivas ao longo do tempo. Desde janeiro, os servidores realizaram paralisações parciais, e em junho, a categoria decretou greve, buscando reajustes e a reestruturação da carreira.
No entanto, com a sinalização do governo de que novas propostas não seriam apresentadas, os servidores do Ibama decidiram não incluir a demanda de reestruturação na contraproposta enviada ao Ministério da Gestão na terça-feira (23). A pasta ainda está avaliando a situação e, sem uma decisão até 31 de agosto, o reajuste poderá ser retirado da LOA.
Os desafios são ainda mais complexos nas agências reguladoras. O Sinagências, representando os servidores dessas agências, rejeitou a proposta do governo na última segunda-feira (22) e decidiu pela paralisação geral em dois dias: 31 de julho e 1º de agosto.
Por outro lado, os servidores da Abin iniciaram uma operação padrão na sexta-feira (19), reivindicando, entre outras coisas, equiparação salarial com a Polícia Federal. O governo ofereceu um reajuste de zero para a base em janeiro do próximo ano e um aumento de 5% em abril de 2026. Para os cargos mais altos, a proposta inclui uma recomposição de 9,5% no próximo ano e 5% em 2026, que foi considerada “humilhante” pelos representantes da categoria.