O Serviço Secreto dos EUA enfrenta novas críticas após uma tentativa de assassinato contra Donald Trump que ocorreu no último domingo (15) enquanto ele jogava golfe em West Palm Beach, na Flórida.
Agentes conseguiram identificar um indivíduo armado com um fuzil antes que disparos fossem efetuados. No entanto, a proximidade do suspeito, Ryan Wesley Routh, que se aproximou a uma distância entre 360 e 460 metros do ex-presidente, levantou sérias questões sobre a eficácia da segurança oferecida pela agência.
Routh foi formalmente acusado na segunda-feira (16) de crimes relacionados à posse ilegal de uma arma, devido a seus antecedentes criminais, além de ter sua arma com o número de fabricação alterado.
O presidente Joe Biden destacou a necessidade de mais recursos para o Serviço Secreto, afirmando: “É importante que o Congresso responda às demandas se eles realmente precisam de mais pessoal.”
A agência atualmente está sob investigação de uma força-tarefa que examina a falha de segurança que permitiu um incidente anterior, em julho, quando um homem disparou contra Trump durante um comício na Pensilvânia, ferindo-o levemente.
O republicano Mike Kelly e o democrata Jason Crow, que lideram a investigação, emitiram uma declaração solicitando um briefing sobre o recente ataque à agência.
Além disso, Trump deve se reunir nesta segunda-feira com Ronald Rowe, o atual diretor interino do Serviço Secreto, após a saída de Kimberly Cheatle do cargo devido à pressão causada pelo ataque de julho.
Enquanto isso, o governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou que seu estado irá conduzir uma investigação independente sobre o incidente. Ele afirmou: “O povo merece saber a verdade sobre o suspeito e como ele conseguiu se aproximar tanto do ex-presidente e atual candidato republicano.”
DeSantis, ex-rival de Trump nas primárias republicanas, questionou também um possível conflito de interesses do governo federal, já que Trump enfrenta dois processos criminais movidos pelo Departamento de Justiça sob a administração Biden.
Um dos casos estava sendo conduzido na Flórida até ser arquivado de forma surpreendente pela juíza responsável, uma decisão que gerou um recurso por parte da procuradoria.
“As mesmas agências que estão processando Trump poderão agora investigar esta situação? Isso pode não ser o melhor para o nosso país”, afirmou DeSantis.
A segurança ao redor de Trump foi reforçada após o primeiro ataque, mas ainda é menor do que a proteção habitual dada a um presidente em exercício. O xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw, comentou: “Se ele fosse o atual presidente, teríamos cercado todo o campo de golfe. Entretanto, como não é o caso, a segurança se limita às áreas que o Serviço Secreto considera relevantes.”