Os regimes autoritários frequentemente buscam controlar a liberdade de expressão, e isso inclui proibir o riso. Essa prática revela não apenas a insegurança dos líderes, mas também o poder do humor como uma ferramenta de resistência. Independentemente do tamanho ou força de uma pessoa, o medo é uma condição humana comum que não deve ser subestimada.
Historicamente, entre o final do século 19 e o início do século 20, surgiram relatos sensacionalistas sobre espectadores que morreram de rir durante apresentações de vaudeville e nas primeiras exibições cinematográficas. De acordo com essas histórias, a maioria das vítimas eram mulheres, levando a uma cultura de pânico que, embora provavelmente exagerada, culminou na criação de seguros contra o risco de morte por riso durante performances de comédia.
A crença de que o riso pode ser ameaçador é antiga, especialmente quando associado a mulheres. O prazer proporcionado pelo riso é muitas vezes visto com desconfiança, levando a um estigma em torno das expressões de alegria.
A recente observação de Putin sobre o riso de Kamala Harris, assim como comentários anteriores de outras figuras de poder, demonstra uma preocupação com a reação da mulher que ri. Essa inquietação de líderes masculinos em relação ao riso feminino destaca como o humor continua a provocar desconforto em esferas de poder. A reflexão sobre a relação entre humor e poder é mais relevante do que nunca.