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A Marinha dos Estados Unidos realizou com sucesso um teste inédito de sua nova arma a laser, Helios, contra um alvo aéreo em movimento. O teste foi conduzido no ano passado a bordo do destróier USS Preble, que já vinha avaliando o sistema desde 2022.
Este teste representa um marco significativo nas tentativas das Forças Armadas dos EUA de desenvolver armas de alta energia direcionada, mesmo após anos de desafios. Embora a ideia de “raios da morte” ainda permaneça no reino da ficção científica, os avanços estão se concretizando.
A impressionante imagem do teste foi capturada por câmeras infravermelhas, uma vez que os lasers são invisíveis em condições claras, podendo ser visualizados apenas em presença de partículas suspensas, como fumaça.
De acordo com o relatório anual da Marinha, publicado recentemente, o Helios atingiu com precisão um drone que simulava um míssil de cruzeiro. Detalhes específicos sobre a localização e a data do lançamento não foram divulgados.
Desenvolvido desde 2018 pela Lockheed Martin, o Helios é projetado para operar em condições rigorosas. A Marinha tem testado armamentos a laser, em diversas configurações, há mais de dez anos, com o primeiro teste bem-sucedido documentado em 2021.
Atualmente, a Marinha possui duas gerações de sistemas a laser: O Helios, que está equipado no USS Preble, e o Odin, um sistema menos potente que serve para desorientar sensores de mísseis e drones, presente em outros destróieres.
O Helios é parte integrante do sistema de defesa antimíssil Aegis, utilizando-se como designador de alvos. Seu alcance exato não é divulgado, mas é sabido que, como arma de destruição, não ultrapassa os 8 km, o que é considerado limitado para operações navais.
O teste bem-sucedido contra um drone em movimento subsônico marca um avanço significativo, já que anteriores aplicações do laser concentraram-se em alvos estáticos, oferecendo um desempenho mais fácil.
A Marinha dos EUA investe aproximadamente US$ 1 bilhão por ano no desenvolvimento de armamentos a laser, mas muitos projetos têm sido abandonados antes de se concretizarem. A Força Aérea, por exemplo, desistiu de testar um “pod” a laser para os caças F-15 e F-16.
Os desafios operacionais com lasers incluem a influência das condições atmosféricas, que podem afetar a precisão dos feixes. Adicionalmente, para causar danos significativos, o laser deve atingir o mesmo ponto com energia suficiente durante um intervalo prolongado.
O teste do Helios demonstra que os Estados Unidos continuam avançando nesse campo tecnológico, motivados pela crescente utilização de drones em conflitos recentes e os altos custos de interceptação em combate naval.
A Marinha norte-americana reconheceu ter dispendido mais de US$ 1 bilhão em munições para conter mísseis e drones, sinalizando que as armas a laser poderiam oferecer uma alternativa mais econômica.
Embora a tecnologia a laser não seja exclusiva dos EUA, nações como China, Rússia, Reino Unido e Coreia do Sul também estão desenvolvendo suas versões em diferentes forças armadas. Até agora, a Rússia afirmou ter utilizado um sistema antidrone na Ucrânia, mas sem grandes sucessos.