BRASÍLIA, DF – ECNETNews
O Senado e a Câmara dos Deputados darão início aos trabalhos de 2025 neste sábado (1º), com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) como amplos favoritos nas eleições para as presidências das duas Casas. Este cenário de “já ganhou” não se via desde 2003.
A trajetória favorável de ambos candidatos destaca o fortalecimento dos partidos de centro-direita e direita na Câmara, que uniram forças em um amplo apoio que vai do PT ao PL.
A eleição para o Senado iniciará às 10h, com Alcolumbre, que já presidiu de 2019 a 2021, enfrentando concorrentes como os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE).
A eleição na Câmara está marcada para as 16h, onde Hugo Motta enfrentará Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS). O novo mandato será de dois anos.
Se as expectativas se confirmarem, será uma nova vitória do centrão e das legendas de centro e direita, que têm dominado o cenário legislativo, marginalizando tanto a oposição de esquerda quanto a bolsonarista.
A última vez que as eleições no Congresso ocorreram sob um panorama tão favorável foi em 2003, com João Paulo Cunha (PT) na Câmara e José Sarney (PMDB) no Senado. Historicamente, as eleições no Senado têm sido ganhas por candidatos de centro-direita desde a redemocratização, enquanto a Câmara teve presidentes de esquerda durante os dois primeiros mandatos de Lula e o primeiro de Dilma Rousseff.
A ascensão do centrão ganhou força em 2015, quando Eduardo Cunha (PMDB) derrotou Arlindo Chinaglia (PT), marcando o início do empoderamento do Congresso, em grande parte devido à mudança nas regras de execução das emendas parlamentares.
Atualmente, o Congresso lidere mais de R$ 50 bilhões anuais em emendas, e essa questão será abordada por Alcolumbre e Motta, especialmente após bloqueios recentes do STF que exigem maior transparência nas emendas de comissão.
Além disso, desafios legislativos iminentes incluem a anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, o Orçamento da União para 2025 e a regulamentação das redes sociais, além da proposta de aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda.
Alcolumbre, aos 47 anos, foi um político emergente na Câmara antes de se afirmar no Senado. Hugo Motta, aos 35 anos, está posicionado para se tornar o mais jovem presidente da Câmara, tendo sido escolhido como sucessor por Arthur Lira, que rompeu laços com sua antiga articulação política.
A expectativa é que a relação com o Executivo seja mais harmoniosa sob a liderança de Hugo Motta, promovendo um espaço mais conciliador e aberto ao diálogo no Legislativo.