O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não compareceu a uma segunda convocação oficial nesta quarta-feira (25) para prestar esclarecimentos sobre o decreto de lei marcial emitido no início deste mês. Este evento desencadeou o processo de impeachment no Parlamento.
O presidente não se apresentou ao Escritório de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Escalão até as 10h no dia de Natal, ignorando também uma primeira convocação anterior feita pelas autoridades anticorrupção, que realizam investigações ao seu respeito.
Um integrante do escritório informou que aguardaria Yoon na quarta-feira, destacando a necessidade de revisar o caso antes de solicitar um mandado de prisão.
Um oficial de uma unidade de investigação conjunta mencionou que não havia recebido resposta ou documentação referente à nomeação de advogado por parte de Yoon. A unidade seguirá com uma avaliação do caso para determinar os próximos passos.
Yoon também não respondeu a uma convocação dos promotores em 15 de dezembro, relacionada à declaração de lei marcial, que levou o país a sua mais severa crise política em décadas.
Seok Dong-hyeon, um advogado e amigo próximo de Yoon, declarou que é improvável que o presidente afastado compareça ao interrogatório, mencionando que certas condições permanecem não atendidas.
A falta de respostas às convocações gerou críticas da oposição, que pede a prisão do presidente afastado devido a preocupações sobre possível destruição de provas.
Em um discurso televisionado em 7 de dezembro, quatro dias após a declaração de lei marcial, Yoon afirmou que não evitaria a responsabilidade legal e política por suas ações.
Yoon foi destituído pelo Parlamento em 14 de dezembro em decorrência da imposição da lei marcial. Agora, ele enfrentará um julgamento no Tribunal Constitucional que decidirá se ele deve ser removido do cargo ou ter seus poderes presidenciais restaurados.
As investigações por parte de promotores, polícia e o escritório anticorrupção visam apurar possíveis acusações de insurreição, abuso de poder ou outros crimes, com a insurreição sendo uma das poucas acusações que não conferem imunidade a um presidente sul-coreano.
O desdobramento do caso pode resultar em uma sentença de prisão perpétua ou até mesmo em pena de morte, conforme afirmado por fontes. O advogado de Yoon declarou que o presidente está disposto a apresentar sua versão dos fatos pessoalmente durante os trâmites legais relacionados à lei marcial.
O Escritório de Investigação de Corrupção terá que decidir em breve se fará uma terceira convocação ou solicitará a um tribunal que emita um mandado para garantir a presença de Yoon no interrogatório.