Uma bióloga e microbiologista brasileira está em uma expedição internacional que visa completar a circunavegação da Antártida, enquanto busca respostas sobre o sentido da vida. Emanuele Kuhn, de 45 anos, decidiu deixar a pesquisa acadêmica de lado para se dedicar ao turismo expedicionário na região polar, onde realiza educação ambiental.
Para Emanuele, a Antártida se tornou seu lar. Ela expressa sua conexão com o continente congelado, afirmando: “Se pudesse, teria uma casinha aqui. Eu sinto muita necessidade de estar aqui.” Ao trabalhar em expedições de novembro a março na Antártida e de maio a agosto no Ártico, ela educa os visitantes sobre a biodiversidade, mudanças climáticas e vida em ambientes extremos.
A pesquisadora enfatiza a singularidade da Antártida, considerá-la “um mundo dentro do nosso planeta”, relevante para estudos astrobiológicos e a pesquisa de micro-organismos. Os esforços de Emanuele são focados na compreensão da biodiversidade microbiana, coletando amostras de ar, sedimento e biologia de biofilmes, que ajudam a entender a dinâmica de organismos em ambientes extremos.
Desde sua entrada na Antártida em 2005, Emanuele se dedicou a estudar a vida microbiana, questionando o que define um ser vivo. A bióloga encontra fascínio em micro-organismos, essenciais para a reciclagem da vida na Terra. Sua trajetória também inclui estudos de astrobiologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde ela explorou a possibilidade de vida fora do planeta.
Além do trabalho de campo, Emanuele participou de projetos da NASA, conectando sua pesquisa com explorações espaciais e ressaltando a importância de testar equipamentos em ambientes extremos, como a Antártida. Ela compartilha como a dinâmica do ambiente antártico apresenta desafios únicos, como a coleta de amostras a grandes profundidades, que podem levar horas para serem processadas.
Emanuele conclui que a Antártida representa o sentido de sua vida, e seu objetivo é não apenas entender mais sobre esse ecossistema, mas também conscientizar outros sobre a importância da preservação ambiental e da pesquisa científica no continente. “Se você tirar a Antártida de mim, tira o sentido da minha vida”, afirma Emanuele, destacando cada vez mais a relevância da Antártida na compreensão das complexidades da vida.